Luis Vilar
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Quem acompanha a trajetória da 17ª Vara Criminal em Alagoas sabe que sua atuação sempre foi cercada de polêmicas de todos os tipos, inclusive questionamentos quanto a sua constitucionalidade, desde a criação desta.
Porém, paralelo a isto, é possível ver que a 17ª Vara Criminal já foi do céu ao inferno no conceito de muita gente. O critério para isto são os comentários ad persona dos que se sentem atingidos pela atuação do grupo de juízes que formam aquele que é – pelo menos em tese – mais um instrumento de combate ao crime organizado em Alagoas.
Quando a 17ª Vara Criminal é uma das ferramentas para desbaratar quadrilhas supostamente responsáveis pelo tráfico de drogas, pelos homicídios, dentro outros crimes, emitindo mandados de prisão e busca e apreensão dando celeridade ao trabalho das polícias alagoanas, ela é aplaudida, como inclusive já foi por membros da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Alagoas, e do próprio Tribunal de Justiça.
Porém, há uns e outros, e a Operação Muleta faz com que novamente se incitem os questionamentos quanto a ação da 17ª Vara Criminal. Mas, quem são de fato os personagens da Operação Muleta, quem representam, ou melhor, que interesses representam. Se houve arbitrariedade nas ações da 17ª Vara é quase certo que não ocorreu somente agora, neste exato momento, pois já houve alguns adversários enfurecidos com os ilustres juízes que formam aquele corpo. Mas, por que só agora causou tanto barulho assim?
A Associação dos Magistrados de Alagoas presta solidariedade aos juízes da 17ª Vara Criminal, neste momento em que eles estão na berlinda. A atuação da Vara pode estar sendo – digamos – não tão compatível com o que se espera da atuação da Justiça, no Estado Democrático de Direito, impedindo o acesso da outra parte às informações necessárias para o exercício do direito ao contraditório?
Porém, há uma reflexão que também cabe. Será que nos corredores do Judiciário também há aqueles que – tocados pelas informações de bastidores levantadas pela Operação Muleta – tentam não enxergar com tanta nitidez assim um possível envolvimento de magistrados em ações delituosas. Será? O embate entre a 17ª Vara Criminal e alguns setores da Justiça pode revelar a resposta.