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Ao lançar o nome do deputado estadual Jeferson Morais (DEM) à Prefeitura de Maceió, o vice-governador José Thomáz Nonô (DEM) adianta a estratégia do Palácio República dos Palmares contra o grupo dos senadores Fernando Collor (PTB) e Renan Calheiros (PMDB): pulverizar candidaturas para neutralizar o ex-governador Ronaldo Lessa (PDT)- candidato natural à chefia do Executivo da capital.
Até agora, estão na lista dos “prefeitáveis”: os deputados federais Givaldo Carimbão (PSB), Rui Palmeira (PSDB) e Marcos Fireman (PSDB), como coringa. Agora, Jeferson Morais.
É uma aparente desunião porque todos os palacistas, em 2012, se unem no segundo turno. Tanto Lessa quanto o grupo do governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) sabem que a sucessão do prefeito Cícero Almeida (PP) não será resolvida no primeiro tempo da eleição.
Nonô sabe que os senadores Collor e Renan precisam estar juntos em pelo menos duas eleições- em nome da sobrevivência política:
– 2012: Lançamento de Lessa, com apoio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, atraindo PT, PMDB e PDT;
– 2014: se Lessa vencer a Prefeitura, abre caminho para o apoio a Renan Calheiros ao Governo e Collor, disputando a reeleição ao Senado.
Alguns pontos são discutidos:
– O Palácio admite que Lessa é o candidato mais forte em 2012. Portanto, precisa pulverizar as candidaturas (levando a disputa para o segundo turno) e pressionar o Judiciário para tornar o ex-governador inelegível, “capturado”, portanto, pela lei do ficha limpa, que só vale ano que vem;
– Com Lessa, teoricamente, fora da eleição, a oposição não tem um nome com gordura eleitoral para neutralizar os palacistas. Portanto, a estratégia é desgastar o ex-governador;
– Collor, desde a derrota na eleição do ano passado, é candidato a reeleição. Vai enfrentar o governador Teotonio Vilela Filho, em 2014. Mas, a disputa ao Senado pede um candidato ao Governo com capital eleitoral e financeiro. No grupo, Renan Calheiros é este nome. O pemedebista daria o suporte necessário à eleição de Collor;
– Ponto forte de Collor? A popularidade do ex-presidente da República;
– Pontos fracos de Collor? Não transfere votos e não sobrevive politicamente a eleições longas. São quatro anos, agora, de campanha contra um candidato- Vilela- que já o derrotou, ano passado;
– O deputado federal Renan Filho (PMDB) não deve sair candidato a prefeito de Maceió. Ele prejudicaria as negociações para criar o caminho do pai, Renan Calheiros, ao Governo, em 2014.
2014 repete uma toada antiga: em 1992, Collor apoiou Geraldo Bulhões ao Governo, para neutralizar Renan, derrotado na disputa. Daqui a quatro anos, Collor e Renan estarão juntos. Ninguém é aliado ou rival para sempre.