Luis Vilar
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O caso Cícero Belém pode não ser a única dor de cabeça do delegado e ex-secretário de Defesa Social, Robervaldo Davino. O advogado de defesa de Davino, Fernando Maciel, diz que não há provas que comprometam o delegado, em relação à morte do pistoleiro e que em momento algum, no depoimento de Dalva Caroline, o ex-secretário é acusado…
No entanto, o que chama a atenção é que o resultado das investigações que já se encontram com a 17ª Vara Criminal pode ser muito mais profundo e ir a Gênesis da Polícia Civil. Não importante se na antiga ou na nova cúpula. O fato é que – segundo o promotor de Justiça, Marcos Mousinho – já se sabe que a Polícia Civil altera provas, mascara inquéritos e integra uma rede criminosa em Alagoas…
A fala do promotor, apesar de assustadora, atesta aquilo que já é de “conhecimento popular”, conforme se vê nos depoimentos dados por internautas nas matérias policiais do site Alagoas 24 Horas. O problema da Polícia Civil não pode ser personalizado no delegado Robervaldo Davino, que durante vários anos esteve na cúpula da Secretaria de Defesa Social, seja no cargo de secretário ou no de diretor da Polícia Civil de Alagoas.
São muitos os delegados que podem integrar esta rede criminosa. Alguns, inclusive, estão ocupando lugar de destaque na atual cúpula, como já citou o deputado estadual Paulo Fernando dos Santos, o Paulão (PT). Marcos Mousinho que acompanha o Caso Cícero Belém disse que há delegados que entram em casos importantes com uma missão previamente decretada: mascarar o inquérito, forjar ou sumir com provas.
Mousinho ataca nominalmente Robervaldo Davino, inclusive expondo que sua prisão tem base em vários depoimentos e não em um único como especulou a imprensa. Vale ressaltar que a especulação nasceu do bate-cabeça na Justiça. Ministério Público negou autoria das investigações, por exemplo…Enfim, pelo menos no depoimento de Dalva Carolina – segundo ela mesma – Davino não é colocado na posição de acusado.
Mas, Mousinho destaca que há muitos outros depoimentos que comprometem as investigações da Polícia Civil de Alagoas, que na época era presidida por Robervaldo Davino. Não se trata de pré-julgar, nem se pode. O que fica visível é a necessidade de uma intervenção federal, pelo menos para uma faxina na segurança pública. Os depoimentos que apontam a fragilidade da Polícia Civil de Alagoas existem há anos, como coloca o promotor e não é caso personalizado.
Mousinho estranha ainda que Davino não tivesse sido afastado, mesmo sendo citado em tantos depoimentos. Muitos nem chegaram ao conhecimento público, mostrando o quão fechado é o “ciclo de informações”. E para que estas não vazem, nada melhor do que defuntos para guardar segredos…