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Ana Cláudia Barros- Terra Magazine
A cada um dia e meio, um homossexual brasileiro é assassinado, vítima da homofobia. A conclusão é do relatório anual elaborado pelo Grupo Gay da Bahia (GGB). Segundo o levantamento, 260 gays, travestis e lésbicas foram mortos em 2010, 62 casos a mais do que em 2009. O número representa um recorde histórico, conforme adiantou Terra Magazine. A tendência é que o índice continue alto em 2011, que registrou, nos três primeiros meses, 65 homicídios motivados por homofobia, mantendo a média mensal de 21,6 casos.
O crescimento no volume de ocorrências fica mais acentuado na análise dos últimos cinco anos. Foram 113% a mais, destaca o relatório (em 2007, a quantidade de homicídios ficou em 122).
O Brasil é campeão mundial neste tipo de violência, superando países como os Estados Unidos, cuja população é maior em mais de 100 milhões de habitantes. Na comparação com os norte-americanos, o Brasil apresenta risco 785% maior de um homossexual ser assassinado.
Os gays são o grupo mais vitimado, correspondendo a mais da metade do total. Em seguida, estão os travestis e as lésbicas. Pelo segundo ano consecutivo, a Bahia figura no topo da lista: foram 29 ocorrências. Logo atrás, vêm Alagoas, com 24 mortes, Rio de Janeiro e São Paulo, empatados com 23, cada. Rio Grande do Norte e Roraima registraram um assassinato.
O relatório aponta o Nordeste como a região mais homofóbica: "Abriga 30% da população brasileira e registrou 39% dos LGBT assassinados". De acordo com o levantamento, a chance de um homossexual ser morto nesta região é aproximadamente 80% maior do que no Sul e no Sudeste.
Faixa de risco
Segundo o levantamento,7% das vítimas eram "menores de idade"; 14% tinham menos de 20 anos; 46%, menos de 30 anos, 6% estavam na terceira idade. "A faixa etária que apresenta maior risco de assassinato situa-se entre 20-29 anos: 28%".
– As vítimas pertenciam a mais de 60 profissões, demonstrando a crueldade da homofobia em todos os segmentos sociais, predominando profissionais do sexo, cabeleireiros, estudantes, profissionais liberais, incluindo diversos pais de santo e padres – ressalta o estudo.
Outro dado apresentado foi a forma como os crimes são praticados. Arma de fogo lidera, com 43%. Já o uso de facas foi empregado em 27% das ocorrências. As demais formas são espacamento, pedrada, enforcamento e sufocamento. Um detalhe que chamou a atenção foi a crueldade nos assassinatos, alguns deles antecedidos de tortura e, até mesmo, de castração.