Luis Vilar
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O parlamento alagoano virou uma Casa sem lógica. Por mais que se queira prevê, só o imprevisível se tornou a normalidade na Assembleia Legislativa do Estado de Alagoas. Para os deputados estaduais – leia-se Paulão (PT), Judson Cabral (PT) e Rui Palmeira (PR) – que fazem oposição a atual Mesa Diretora, não será Fernando Toledo (PSDB), no comando da Casa de Tavares Bastos, que reconduzirá o parlamento à normalidade.
O poder dos afastados – juntamente com a atual Mesa Diretora – é impressionante e encantou até dois dos suplentes, que conforme Rui Palmeira (PR) ou foram “mau-caráter” ou “masoquistas”. O recado dado na eleição de ontem é claro: aconteça o que acontecer não se abandona um projeto de poder, ainda que – de forma constrangida – o presidente Fernando Toledo tenha que, contrariando a Justiça, dar voz a um deputado estadual afastado.
O deputado estadual afastado Cícero Ferro (PMN) usou a tribuna do plenário quando não poderia. E usou como deputado estadual. Nem ele mesmo – o próprio Ferro – duvida disto. Cícero Ferro bradou aos quatro cantos que o mandato é dele, concedido com mais de 40 mil votos, e até zombou dos poucos votos dos suplentes. Foi preciso Judson Cabral lembrar que quantidade votos não mede as ações, sobretudo na atual legislatura.
Mas, se a Mesa Diretora é vacilante, tão vacilante quanto tem sido o grupo de suplentes que ocupam as cadeiras dos afastados. O grupo de seis parlamentares ajudou a pavimentar a estrada de retorno dos deputados estaduais afastados por algumas vezes. Em outras palavras, “levaram a cabeça para o próprio algoz”. Em um primeiro momento, votaram em Fernando Toledo.
A retribuição: o presidente interino – sob pressão externa – resolveu tornar os mandatos deles sem efeito. Logo em seguida, os suplentes voltaram – novamente por via judicial – se reuniram em um bloco que parecia unido e decidiram lançar candidato (Jefferson Morais, do Democratas), mas abdicaram do nome e ficaram entre votarem nulo ou em Rui Palmeira. Há ainda espaço para dúvidas?
No caso dos suplentes havia. E em dois deles ainda residia a dúvida: votar em nulo, em Rui Palmeira, ou no Fernando Toledo. Ou seja, além de Toledo ganhar a presidência – com dois votos de suplentes – ainda conseguiu pulverizar a oposição na eleição do parlamento, que sequer conseguiu demarcar posição, postura que foi tão defendida pelo parlamentar Paulo Fernando dos Santos, o Paulão (PT).
Lançar candidato não seria tentar a vitória para a oposição, já que não se tem correlação de forças, mas seria uma forma clara de demarcar terreno e mostrar uma posição, um norte subversivo dentro da ilógica parlamentar que impera em Alagoas, num quadro onde avisam até alguns deputados estaduais que torcem pelo não retorno dos parlamentares afastados: “A volta deles é só questão de tempo”. Será?