A Copa que interessa

A alegria demonstrada publicamente pelos diversos setores da sociedade brasileira pela designação do Brasil como país organizador da Copa do Mundo tem muito mais do que satisfação patriótica ou euforia de torcedor.
Por trás, certamente, há interesses nem um pouco confessáveis, em função do dinheiro, em dólares e euros, que virá como investimento estrangeiro para as obras de construção ou reforma dos estádios que receberão os jogos em 2014.
Obras lembram superfaturamento, desvio de recursos e envolvimento de membros de todos os Poderes da República, o que aliás tem se refletido em escândalos e mais escândalos sem uma punição exemplar para os culpados nem a recuperação da verba subtraída do erário.
Exemplo bem recente é o do súbito crescimento do orçamento de gastos previstos para a realização dos Jogos Panamericanos, que subiram cinco vezes o que havia sido estimado anteriormente.
Além disso, o Pan também deixou como exemplo negativo o fato de que pouco do prometido tenha ficado efetivamente para beneficiar a infra-estrutura do Rio de Janeiro.
Mas, para os “patriotas de araque”, nada disso importa. Importa que venha dinheiro, muito dinheiro, mesmo que depois a sua má utilização leve também a novas Comissões Parlamentares de Inquérito e julgamentos do Supremo Tribunal Federal.