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Luis Vilar

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A mudança da Câmara e a Aliança Comercial!

No dia de hoje, a Câmara Municipal de Maceió retorna às atividades após o Carnaval e uma “mini-reforma” no prédio-sede, que fica no Centro de Maceió. A expectativa é a definição das comissões da Casa de Mário Guimarães. Porém, o motivo destas linhas é uma carta aberta da Aliança Comercial que questiona a possível mudança do prédio da Casa.

A sede do “parlamento-mirim” deve passar a funcionar em um terreno doado pela Prefeitura de Maceió e que está localizado no bairro do Tabuleiro do Martins. O fato chamou a atenção da Aliança Comercial, que parece “insatisfeita” com a mudança de “morada” dos vereadores por conta da movimentação que há no comércio em função da Câmara Municipal.

A carta aberta foi encaminhada para o jornal Tribuna Independente após uma matéria deste blogueiro que anunciava a doação do terreno aos vereadores. Galba Novaes (PRB) – o presidente da Câmara – se posicionava como se sair de um prédio para o outro fosse um desejo antigo, em virtude da possibilidade de uma estrutura com gabinetes, estacionamento, enfim…

Como surge agora a reflexão da Aliança Comercial sobre o assunto, divido com os leitores. A carta abaixo é assinada pelo presidente da Associação Aliança Comercial, João Correia. Segue texto na íntegra (não fiz qualquer tipo de modificação na carta):

Carta Aberta

Acerca da nota da Tribuna Independente edição de domingo, 27 de fevereiro, sobre a atitude de resignação dos empresários do Centro sobre a mudança da Câmara para o Tabuleiro. Não estamos resignados, estamos é estupefatos com a atitude desfavorável ao Centro tomada pelos vereadores. Não que a presença deles faça alguma diferença para os comerciantes, pois se assim fosse, eles não teriam permitido que o Centro se transformasse na Feira Persa que se encontra na atualidade.

Entretanto, a presença da Câmara no Centro tem dois pesos importantes a considerar: o peso simbólico e também o peso econômico, gerado pelas centenas de funcionários e contribuintes que mensalmente circulam pelo Centro, gerando com isso um faturamento considerável para os comerciantes da área. Nossa maior frustração acontece por quê? Enquanto em outras cidades do país e do exterior há um movimento das entidades públicas de volta ao Centro como estratégia de desenvolvimento do mesmo, aqui acontece o contrário.

No caso de Maceió, quem deu o pontapé inicial foi o Executivo Municipal, pois assim que tomou posse, disse em uma reunião conosco que o prefeito anterior não havia pago o prédio da Intendência, e assim ele, o Prefeito, teria apenas duas semanas para desocupar o prédio. Mas como se observou a seguir, era tudo encenação. Ele precisava de um álibi para justificar sua ida para o Jaraguá.

Só para efeito de esclarecimento, a maioria de nossos políticos, uma vez eleitos, procuram evitar ao máximo o contato com os eleitores e isso fica bastante claro quando se trata do ambiente de trabalho. A preferência quase que unânime é que o político chegue e saia do ambiente de trabalho sem ser notado, condição essa que não é atendida pela Câmara atual nem pelo prédio da Intendência, daí a motivação para a mudança.

Outra questão que coloco para análise do leitor é a seguinte: fala-se muito da independência dos Poderes. No caso acima exposto, a Prefeitura está doando o terreno e, além disso, acrescentou mais quatro milhões ao orçamento da Câmara Municipal para 2011, e assim viabilizar a construção da sede da Câmara. Deixo uma pergunta no ar: você fiscalizaria com isenção alguém que lhe patrocinou a construção do ambiente de trabalho a custo zero?

Outrossim, acreditamos – e isso é bastante provável – é possível que os vereadores nem sequer tenham consultado as centenas de funcionários que diariamente irão enfrentar o trânsito caótico da Fernandes Lima na ida e volta para o trabalho. Em resumo, boa parte dos funcionários vai ficar mais tempo na viagem ao trabalho do que em outras atividades do dia a dia.

Diante do acima exposto, seria mais racional do ponto de vista sócio-econômico, buscar-se opções no próprio Centro. Isso, naturalmente, se os vereadores pensassem no povo, coisa que eles não fazem.

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