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Luis Vilar

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A vaga do Tribunal de Contas

Logo no início, o deputado Marcos Ferreira (PMN) era contrário à presença da imprensa na sabatinada dos candidatos à vaga de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado. Porém, foi convencido pelos jornalistas, por conta das regras permitirem que a sessão seja pública. Deu-se início a sabatinada. Um enredo com tudo nos conformes. De um lado, os protagonistas: Gilvan Barros (PMN) e Cláudia Brandão (PMN). Do outro, os figurantes.

Conchavos! Estes se deram até as vésperas da eleição e há quem fale em cifras. Não importa o resultado da eleição para o Tribunal de Contas do Estado de Alagoas, quando de um lado está quem vence e do outro a sociedade alagoana, que continua suando para pagar impostos, que servem de fonte para “alguns poucos” se perpetuarem no poder, por meio de relações duvidosas que nunca surgem à luz; que não conhecem a transparência.

O advogado Richard Manso sabe bem disto. Antes de entrar na sabatinada, saiu com duas sentenças mágicas: “sei que não vou ganhar, mas sei que posso concorrer e mostrar alguém que faz do suor o seu sustento”, foi a primeira. A segunda: “o jogo é de cartas marcadas e houve até telefonemas do deputado estadual afastado Antônio Albuquerque (sem partido)”. Vê-se então que o edital para a eleição de conselheiro do Tribunal de Contas é só fachada para legitimar mais acordos da politicagem do parlamento alagoano.

O edital fala de conduta ilibada! Será que os parlamentares investigaram a fundo cada um dos postulantes. Como falar em conduta ilibada dentro de uma Assembléia Legislativa que não possui Comissão de Ética, que sempre esbarrou no corporativismo, que – talvez inspirada nos porões dos mosteiros de Em Nome da Rosa – envenena a tinta dos que sabem demais, opta pelo obscurantismo. Richard Manso também disse que “seria plausível que os deputados estaduais candidatos não estivessem no pleito”. É verdade!

Apesar de terem escapado ilesos pela Operação Taturana – ferida aberta do parlamento que alguns deputados estaduais ainda fingem não ver – Cláudia Brandão e Gilvan Barros possuem seus pecados íntimos, que residem nas indicações feitas na extinta folha 108. Não seria o caso de se explicarem. Não seria o caso de serem sabatinados por isto. Porém, as sabatinas da Assembléia Legislativa do Estado de Alagoas passam longe disto.

Lembro de um candidato do passado, que indagou – em tom de ironia – se as perguntas eram elaboradas pela Fundação Carlos Chagas, para saber se ali residia o conhecimento notório e público sobre as áreas jurídicas e contábeis. Os deputados estaduais entendem de lei e de contabilidade. A Polícia Federal que o diga. O que os parlamentares ultimamente não têm entendido é o sentimento que tomou conta da sociedade alagoana e que por mais uma vez rejeita o resultado proclamado pelos “representantes do povo” ao elegerem seu representante dentro do Tribunal de Contas do Estado.

Não é por acaso que até o Tribunal de Contas foi tomado de surpresa pela operação da Polícia Federal. Não pelos fatos que norteiam a “caixa-preta” da Assembléia Legislativa, que alguns até conheciam bem, mas tomados de surpresa porque nunca se imaginou que Justiça seja uma força que existe e aparece por estas bandas, de vez em quando…

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