No belissimo filme italiano “A vida é Bela”, um judeu italiano interpretado pelo também diretor e roteirista Roberto Benigni é levado junto com seu filho para um campo de concentração alemão, sujeitando-se a toda crueldade e perigo que um lugar como aquele era capaz de proporcionar. Para atenuar a dureza daquela realidade para seu filho...
No belissimo filme italiano “A vida é Bela”, um judeu italiano interpretado pelo também diretor e roteirista Roberto Benigni é levado junto com seu filho para um campo de concentração alemão, sujeitando-se a toda crueldade e perigo que um lugar como aquele era capaz de proporcionar.
Para atenuar a dureza daquela realidade para seu filho pequeno, o amoroso pai tenta convencê-lo que tudo aquilo não passa de uma grande brincadeira ou um jogo, cujos alemães são apenas meros adversários. O filme é lindo, principalmente pelo esforço hercúleo e cômico do pai para poupar o filho da brutalidade que os homens são capazes de cometer contra eles mesmos, tentando mostrar-lhe que, afinal, a vida é bela.
Ontem estava almoçando num restaurante numa mesa encostada num janelão com vista para a belíssima orla de Maceió, quando algo me chamou a atenção. A cena inicialmente comum, logo passou a ser emocionante pela singeleza e semelhança com o tal filme italiano. Um pai muito jovem com um chapéu engraçado parecido com um turbante, segurava no braço seu filho pequeno -quase um bebê- este também com um pequeno chapéu como do seu pai. Estavam na frente do restaurante tomando conta do carros e pedindo ajuda a quem por ali passasse. Até aí nada demais, a não ser o sorriso estampado nos lábios de ambos, fazendo daquela situação tão adversa uma brincadeira leve e jocosa.
Para cada transeunte que passava perto ou motoristas que entrava nos seus carros, eles sorriam enquanto pediam um trocado, com o pai ensinando o seu filhote a acenar alegremente para as pessoas, o que ele fazia às gargalhadas. Foi de partir o coração.
Então foi assim; eu almoçando encantado e consternado com aquela cena de filme ganhador de Oscar, constatando que a vida pode ser bela sim e que o amor de um pai por um filho lhe legitima a preservar o filho da cruel realidade -ao menos por enquanto- afinal, este terá a vida inteira para descobrir por si só.