Blog

Usuário Legado

Todas as postagens são de inteira responsabilidade do blogueiro.

O prefeito Cícero Almeida (PP) aprendeu que a arte da política é saber jogar.
Saberá jogar no dia 5 de dezembro, como o fez em 2006, na disputa ao Governo do Estado quando dizia (e não dizia) ser candidato ao Palácio República dos Palmares. O ambiente é dos piores, com aliados políticos desconfiáveis, mas será um gosto ele se lançar ao Governo. Disse ontem que espera uma resposta do “chapão”. Tem dúvidas, envolvendo pessoas. A resposta e a dúvida se chamam Fernando Collor (PTB).
Poderá ter vantagens se escolher o Governo: o tamanho da sua vidraça, seu indiciamento na Operação Taturana, as investigações no Ministério Público Estadual, ganharão a arena política, em pleno dezembro, dez meses antes da eleição, três meses antes de sair oficialmente da Prefeitura.
Em dois anos, atacado antes da reeleição, o presidente Lula, chamado de agenciador do mensalão, elegeu-se com folga e ostenta 80% de popularidade, inabalável antes as críticas, as denúncias. Forçando uma mudança de estratégia do rival PSDB. Ao invés de atacar o mito Lula, oferecer o melhor paraíso negado pelo PT: um governo tucano, não anti-PT.
Será Almeida a tocar a proposta por estas bandas. Será atacado. E o que sobrará?
EM PLENO REVIDE
Como o Palácio República dos Palmares tem (e não tem) o governador Teotonio Vilela Filho (PSDB), à reeleição, inicia-se a campanha eleitoral, após o anúncio de Almeida. É tudo o que o prefeito deseja, ele mesmo, acostumado a revidar diariamente, nas rádios, os ataques de qualquer um.
Gritará Almeida de um lado, monitorará as pesquisas do outro. Sua imagem está pronta: a do homem pobre, vítima da maldade. O PP e o PMDB têm suas pesquisas; Almeida também leva as suas, com emissários, conferindo, medindo. Será a onda de desgaste ao prefeito. E na turbulência tanto tempo antes de uma eleição, o que sobrará contra Almeida? Quem circula pelo interior, faz a aposta: nada.
Almeida virará um mito, como o é hoje, pelo menos aos que o enxergam ou pensam desta forma.
UM TAL DE CHAPÃO
Nada é perfeito assim. Precisará Almeida de uma resposta do chapão. Collor se lançará em 2010? Não se sabe e talvez nem ele tenha a resposta. O senador Renan Calheiros (PMDB) corre risco de derrota, mas carrega na aliança com prefeitos uma possível vitória. Ronaldo Lessa pode ser a opção ao Governo. Lançou-se ao Senado, evitando o desgaste. É uma aposta na escuridão. “O Lessa trocaria uma eleição fácil ao Senado por uma disputa ao Governo?”, pergunta um lessista. Renan, Lessa e Collor, os três mosqueiteiros, não são leais ao rei.
E como fica Almeida? Na Prefeitura, reacendendo o mito de ser mito. Posição arriscada: deu certo em Lula; foi amargo para o ex-governador Divaldo Suruagy.

Veja Mais

Deixe um comentário