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Ana Cláudia Laurindo
Alagoas com seus 724 homicídios no ano em curso chegou assim, enlutada e contrita ao Dia dos Pais!
Dia dos pais dos adolescentes assassinados não receberem o abraço, o presente, a presença!
Dia dos filhos órfãos de pai não poderem presentear, não poderem ouvir as gargalhadas agora eternizadas em suas memórias.
A saga dos desgraçados que a ninguém mais comove. O resultado da guerra fomentada pela indiferença da nossa sociedade; pelo desvio de recursos públicos que deveriam ter promovido políticas públicas, garantido qualidade de vida, possibilidade de sonhos… Mas nada fez e passou despercebido ou virou lorota!
Não houve punição para esses crimes, já carregados de caráter punitivo às suas vítimas! Desumanamente cegas, partes da sociedade chegam a comemorar a morte do pobre, do drogado, do desempregado, da escória viva que o contexto político, social, cultural alagoano criou.
Entre as comemorações dos pais que têm filhos e dos filhos que ainda têm pais, volto o olhar para os prediletos de Deus, aqueles a quem Ele muito disse amar através dos ensinamentos cristãos, e rogo piedade para nós outros, embevecidos em nossos mundinhos particulares, erguidos sob os pilares dos mais ferrenhos preconceitos, contribuindo com a omissão coletiva para o disparar das armas de fogo que alcançam os filhos da periferia.
Quando a vida será nosso mais precioso presente?
* Cientista social e Mestra em Educação