Reproduzo aqui o diálogo de um amigo querido que muito jovem teve um filho com uma deficiência congênita grave. A vida dele e sua mulher, desde então, tornou-se bastante dura e sofrida por razões óbvias, apesar do enorme amor por seu filho especial. Então um dia conversando com um vizinho, meu amigo comentou que havia...
Reproduzo aqui o diálogo de um amigo querido que muito jovem teve um filho com uma deficiência congênita grave. A vida dele e sua mulher, desde então, tornou-se bastante dura e sofrida por razões óbvias, apesar do enorme amor por seu filho especial.
Então um dia conversando com um vizinho, meu amigo comentou que havia ido a um show e que ficou impressionado com a quantidade de homossexuais ali presentes. O tal vizinho concordou, mas acabou confessando em tom de pesar, que ainda estava absorvendo a notícia que pegou-o de surpresa. pela revelação do seu filho, assumindo-se homossexual aos 20 anos.
Meu amigo olhou para seu vizinho e disse num tom de incomensurável resignação:
—Meu amigo, eu queria ter um filho homossexual. Para mim seria tranquilo. —falou com sinceridade, lembrando-se da própria situação.
Gostaria bastante de ter testemunhado tal diálogo, sobretudo para ver a cara do vizinho diante da resposta do meu amigo.
Apenas reproduzi a conversa a mim relatada, pois impactou-me bastante. Todavia, não farei juízo de valor algum , nem irei esmiuçá-la com reflexões e análises profundas.
Foi apenas mais um retrato do cotidiano de pessoas comuns, que acreditam carregar consigo pesos e cruzes acima do que podem suportar —ou que simplesmente moldam-se por necessidade às vicissitudes que a vida nos oferta enquanto vivos estamos.
Fica a lição e a providencial reflexão.