Luis Vilar
Todas as postagens são de inteira responsabilidade do blogueiro.
O militante do PSTU e candidato à Prefeitura de Maceió, o socialista Manoel de Assis, foi o primeiro postulante ao cargo de prefeito a debater suas idéias com empresários do setor, no auditório do Sesc, na tarde de ontem. Hoje a tarde, é a vez de Cícero Almeida. O evento acontece sempre às 15 horas. O objetivo do Blog do Vilar é acompanhar os debates com empresários, setores do comércio, comunidade e imprensa, e passar para o leitor.
Manoel de Assis – que defende uma proposta socialista revolucionária – mostrou uma candidatura programática e com poucos discursos pontuais. Dotado de uma visão global, Manoel de Assis endureceu o discurso contra o capitalismo e frisou que sua prefeitura será imparcial, pois se voltará a “classe trabalhadora”.
Um dos pontos mais polêmicos de seu programa de governo para a cidade de Maceió é abrir mão de pagar a dívida pública e a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), passando “a não gastar mais recursos do município com políticas ditadas pelo Fundo Monetário Internacional”. Em compensação, Manoel de Assis reconhece que tirará Maceió do mapa das verbas federais.
Porém, segundo o candidato, o município – que gera algo em torno de R$ 200 milhões por ano – poderá contemplar por si só as necessidades das comunidades, tendo em vista o investimento nos trabalhadores e o aumento de arrecadação e renda. É uma proposta revolucionária, sem dúvidas, principalmente em tempos onde se apostam todas as fichas nas obras do Programa de Aceleração de Crescimento.
Em outras palavras, Manoel de Assis defende a moratória a dívida pública e o descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal. Segundo ele, responsáveis por uma sangria que penaliza o trabalhador. “Quem fez a dívida que a pague. Ela é dos ricos. Dos exploradores!”, salienta o candidato. Manoel de Assis pretende ainda – conforme ele mesmo – direcionar os recursos da Prefeitura Municipal para resolver o problema de comunidades mais pobres.
“Não se trata de promessa, mas sim de uma luta contra o sistema capitalista que é o que mais produz forme e miséria. Não faremos promessas de resolver os problemas, estando compromissados com os exploradores deste sistema. Somos a única candidatura descompromissada com os ricos, com o poder econômico. Nossa candidatura está voltada a fortalecer a classe trabalhadora”, salienta Manoel de Assis.
Entre outras propostas do candidato, está à redução da jornada de trabalho, como forma de gerar mais emprego. A proposta – claro – não agradou os empresários presentes, mas fez Manoel de Assis ser aplaudido pela massa estudantil e por alguns trabalhadores. “Quando se aumenta a jornada, se aumenta o lucro, mas o trabalhador não ganha nada com isto. Com a atual tecnologia, podemos reduzir esta jornada para gerar mais emprego”, disse ainda.
Indagado se tais propostas isolariam Maceió do restante do país, Manoel de Assis responde: “Isto só o próprio processo dirá, pois o PSTU tem lançando candidaturas em várias cidades para juntos construirmos uma nova proposta revolucionária de verdade, que coloque os trabalhadores no poder”. O candidato finalizou falando de prioridades. Entre elas, na visão dele, saúde, educação e habitação popular.
“Quanto a habitação, vamos trabalhar em forma de mutirão, garantindo casas nos locais mais necessitados e discutindo estas habitações com a população. Habitação popular não pode ser uma casa qualquer, mas sim moradia com conforto e dignidade. O mutirão é uma forma de não enriquecer empreiteiros, gerar empregos e ter responsabilidade com os recursos da prefeitura”, finaliza.
O Blog do Vilar informa aos leitores que vai postar aqui – de forma imparcial e precisa – o que pensa todos os candidatos à Prefeitura de Maceió. Manoel de Assis, no caso, foi entrevistado durante evento promovido pela Fecomercio. Já está engatilhada uma entrevista que Mário Agra deu ao jornalista Marcos Jorge e a mim, que também será mostrada neste espaço amanhã. A todos será dado o mesmo espaço.