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Ana Cláudia Laurindo
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Há uma lacuna aberta na história de Alagoas: a voz de seu povo não foi registrada. Os nomes escritos herdaram a conseqüência do sobrenome, sendo associados a feitos largamente oportunizados.
Faltou e ainda falta quem se interesse em caminhar lado a lado com os alagoanos comuns; homens e mulheres cheios de vida real para materializar!
As lutas do passado foram entregues aos vencedores! Barões e coronéis, desfilando pompas e bravatas, entre fuzis e espingardas. Resistência e insatisfação popular, enfrentamento e até morte; o martírio dos que lutaram por dias melhores para Alagoas, foram apagados. Fazendo pensar que por aqui isso nunca existiu. Reforçando o imaginário de um povo submisso, sem referências de luta!
Mentiras institucionalizadas! Bustos de heróis, representando a derrota do povo, foram erguidos nas praças. Intelectuais tendenciosos receberam as graças. Inventaram assim a bela época da sociedade do açúcar e sua “monoidéia” de gente.
Contemporaneidade: Alagoas segue os passos de outrora, alimentando no seio de suas pseudo-castas a mesma sensação de fazedores de história. Continuam se fazendo eleger vereadores, prefeitos, deputados e governadores. Continuam articulando as malhas dos poderes! Distribuem cargos como benesses, prêmios, o que menos conta é a qualificação do escolhido. Trocam medalhas ao som de velhas músicas, comem e bebem, sem culpa ou moderação. Cada qual garantindo seus erros sob a grossura dos tapetes.
Ao povo, a voz caricatural dos programas policialescos! Investimento pútrido na desqualificação da pobreza. Porta voz do inferno a lançar os alagoanos pobres nos vales de misérias da drogadição, surrupiando o respeito pela vida e pela morte; como se fizesse um recorte entre essa realidade de punições e aquela de corrupção facilitada. Como se uma e outra nada tivesse em comum…
Povo alagoano virou estatística crônica: analfabeto, pobre, enfermo, violento…Sociedade alagoana é representada no desfile sobre os tapetes do poder. A disputa dos medianos por um espaço nesse tapete é acirrada! Nem rico, nem miserável é um eterno condenado à oferta constante de si. Da beleza à inteligência, o caráter ardiloso, o comunicativo, articulador, qualquer utilidade pode servir de barganha. Mas o que de fato ganha? O que todos perdemos?
A história de repete a cada dia. Palco armado para trucidar a cidadania, Alagoas é uma invenção sociológica! Uma grande fazenda perpetuando o sistema das sesmarias! Cada pedaço tem um donatário pagador de jagunços.
Será difícil entender porque essa terra é tão atrasada?