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Luis Vilar

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Duca Leindecker fala sobre o Pouca Vogal, projeto ao lado de Gessinger

Duca Leindecker fala sobre o Pouca Vogal, projeto ao lado de Gessinger

DivulgaçãoDuca Leindecker fala sobre o Pouca Vogal, projeto ao lado de Gessinger

Duca Leindecker fala sobre o Pouca Vogal, projeto ao lado de Gessinger

Definir Duca Leindecker como músico é minimizar a criatividade de um gaúcho que transpira arte e não pode ficar parado. De acordo com ele mesmo, “quanto mais você faz coisa, mas você tem tempo pra fazer mais”. Para se ter uma idéia, o “multi-uso” Duca Leindecker já fez cinema, literatura e música. É vocalista de uma das bandas mais consagradas do Rio Grande do Sul, a Cidadão Quem, que ao lado dos Engenheiros do Hawaii, são referências do rock´n´roll produzido por aquelas bandas.

Em meio às inquietações artísticas, Leindecker deu um tempo no Cidadão Quem para juntamente com Humberto Gessinger (vocalista dos Engenheiros do Hawaii) formarem o duo Pouca Vogal, que desde o final do ano passado está na estrada. O show é composto por músicas dos Engenheiros do Hawaii, do Cidadão Quem e oito inéditas do Pouca Vogal que são disponibilizadas gratuitamente no site da dupla (www .poucavogal.com.br). As belas canções chamam a atenção pelas letras e pelas melodias muito bem trabalhadas.

Direto do Rio Grande do Sul, Leindecker bateu um papo com este blogueiro. O músico esbanja simpatia e simplicidade e diz que espera poder tocar por estas bandas.

LV: Você o Gessinger são músicos autorais de duas bandas já consolidadas e com uma história e fãs. Como é dá um tempo nas bandas se juntarem e formar o Pouca Vogal? É um ato de heroísmo, uma tentativa de retorno a ingenuidade do início?

DL: Eu sou de uma geração depois do Humberto Gessinger, na verdade. O Cidadão Quem já tinha uma história consolidada aqui no Rio Grande do Sul e os Engenheiros do Hawaii, muito mais, no Brasil inteiro. Então, a gente acabou entrando em uma zona de conforto que não é legal para o artista, ao menos ao meu vê. Nasceu o sentimento da reciclagem artística, né? De sair desta zona de conforto e apostar no novo de cabeça, para vê no que dá. A gente está super-envolvido neste projeto. Eu não definiria como algo heróico. Nós não somos mais guris, infelizmente não somos mais (risos) e não dá para fingir isto. Eu chamaria de uma necessidade do artista mesmo. Heróico é esta gurizada que pega o instrumento e parte para fazer música de coração e tal. Nós já tínhamos uma estrada e queríamos mesmo nos provocar, pois chega um momento em que você passa a ter meio que uma previsão de como vai sair cada disco e tal. É nesse momento que tu precisa do novo, entende?

LV: E como tem sido esta parceria com o Humberto Gessinger?

DL: Eu tenho aprendido muito com o Humberto. Eu sou um cara mais musical, da melodia, do trabalho do som mesmo. O Gessinger é um cara tipo “John Lennon”, mais racional. Ele fala o que pensa de forma racional, direta, objetiva, numa forma de compor clara que consegue um resultado surpreendente com o público. Eu tenho apreendido muito com esta clareza com a qual ele fala. Sinceramente, eu acho que nós nos completamos neste projeto.

LV: Pela satisfação que dá pra sentir no teu jeito de falar, é possível que as bandas continuem de molho mais um pouquinho e tenhamos em breve novas canções e novos discos do Pouca Vogal (risos)?

DL: É (risos)! A gente neste momento está super concentrado na produção do CD e DVD. Eu to terminando a mixagem no dia 5 de agosto, depois disso vem mais dois meses de trabalho e creio que lá para setembro ou outubro o DVD/CD ao vivo esteja pronto para o público. As músicas no formato de estúdio já estão no site de forma gratuita. Depois disso é que a gente senta e pensa em novas canções. Vamos pensar em novas canções sim, mas primeiro o projeto que está sendo finalizado e que está ficando muito bom.

LV: Duca, como tem sido trabalhar com esta linguagem de música na internet, que rompe os conceitos tradicionais da indústria fonográfica e vai no caminho de uma auto-pirataria, disponibilizando o próprio som de graça. Como tem sido isto?

DL: Ah, cara é o caminho da troca de informações que a internet abriu. Eu sei que tem toda uma discussão polêmica dos direitos autorais e tal, mas pô é um caminho sem volta. Há uma liberdade de disponibilização de informação na internet que é sem amarras e difícil de controlar. Estamos vendo e usando isto de uma forma positiva. É uma polêmica, mas tem o lado positivo. No mais, as músicas estão lá porque eu nasci para fazer música. Não estou preocupado em quanto dinheiro eu vou ganhar com as minhas músicas. Isto cabe a outras pessoas pensarem. É outra esfera. Não penso no formato da indústria. Eu estou no mundo para fazer música e é isto que estou fazendo.

LV: Quais as chances do Pouca Vogal pintar pelo nordeste?

DL: Difícil avaliar. Há uma barreira econômica. Nós andamos com uma equipe grande. O Cidadão Quem mesmo sempre encontrou estas barreiras. Os Engenheiros talvez menos. Mas, os custos são grandes, a gente tem uma equipe e o interesse de oferecer um espetáculo de grande qualidade. Tem que vê a viabilidade e quem tem visto isto são outras pessoas. Mas, quanto a mim, eu quero tocar em todo lugar e para todos. Quero ir a todos os locais possíveis para levar minha música. A produtora é que tem que resolver como é que pode ser feito isto (risos), mas nós contamos com a divulgação do som e que ele chegue no maior número de lugares possíveis.

LV: “Na Paz e NA Pressão” vai tocar em um seriado, já é uma grande divulgação…

DL: Cara, eu fiquei muito feliz com o comentário que o Fernando Meirelles fez sobre a música em um jornal daqui do sul…

LV: Você tem um trabalho forte na literatura, no cinema e na música e no estilo “tudo ao mesmo tempo agora” como tem sido isto?

DL: (Risos). Adoro cinema, adoro literatura, adoro música. Cara, para mim se resume em arte. Ao passo que estou trabalhando no DVD/CD do Pouca Vogal também estou finalizando um filme infantil. Há um produtor – o Tom Capone – que sempre falava muito que quanto mais você faz, mais você consegue fazer. É essa energia que move saca. Escrever também é uma engrenagem neste sentido. Uma engrenagem que funciona e nos impulsiona. Quanto mais eu puder fazer ao mesmo tempo, eu vou fazendo (risos).

LV: Como você tem sentido a receptividade do Pouca Vogal?

DL: Muito boa. Tem sido muito boa. Em um momento de crise, é hora de meter a cabeça e fazer cara. Ir fundo no que se acredita e a gente tem tido esta resposta. As músicas estão lindas, Além da Máscara tem sido uma pancada de letra e música, neste sentido. Tem o Voo do Besouro, que é outra música que gosto muito e Depois da Curva, que tem uma mensagem superpositiva. Temos adorado a receptividade.

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