Usuário Legado
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A falta de água- ou de bombas de sucção- nas viaturas do Corpo de Bombeiros Militar não é o pior dos problemas da corporação.
Isso porque a direção dos Bombeiros gastou mais da metade do dinheiro enviado a corporação- R$ 785.779,93- em diárias. Exatos, R$ 372.305,18.
O quê é estranho na forma de gestão dos recursos do Comando do Corpo de Bombeiros é que mesmo gastando mais da metade de todo o orçamento do CB em diárias, o restante da verba tem destino ainda mais impressionante.
– R$ 71.010 em locação de veículos;
– R$ 1.723,86 em taxas bancárias;
– R$ 7.694,34 em viagens;
Nada dos gastos- até abril- em investimentos para a corporação.
Desde o ano passado, alguns integrantes do CB foram acusados de desviar donativos. Em março, o Ministério Público entrou com uma Ação Civil Pùblica, por ato de improbidade administrativa, contra o comandante do CB, Neitônio Freitas dos Santos (além do secretário Executivo da Defesa Civil, tenente-coronel Denildson Cruz de Queiroz e mais dois tenentes) acusados de negligência pelo incêndio em um galpão, no bairro de Jaraguá, que armazenava donativos para as vítimas das enchentes de junho do ano passado.
No incêndio, foram queimadas 2 mil barracas e 20 toneladas de roupas usadas, doadas por todo o País. O prejuízo, segundo o MP, foi de R$ 12,5 milhões.
Mesmo com a acusação, a direção do CB não foi trocada. E os bombeiros- os profissionais de maior confiança na população-são obrigados a ouvir as vaias, como neste sábado, durante incêndio do pavilhão do artesanato, na Pajuçara.
Por criticar a falta de estrutura da corporação, em abril de 2005, o major Carlos Buriti foi punido, a pedido do então governador, Ronaldo Lessa (PDT).
Na época, ele encaminhou e mail às redações criticando a liberação de R$ 500 mil para as reformas do Estádio Rei Pelé, para receber a Seleção Brasileira, e a compra de 150 viaturas para as polícias Civil e Militar, sem que fosse liberado nenhum recurso para a compra de equipamentos para o CB.
"Jamais conseguirei explicar a sensação de ser acordado a qualquer hora, tempo ou local para cumprir o meu juramento e pedir a Deus que, caso venha a morrer, seja salvando uma vida. Jamais conseguirei entender por que tenho de passar pela frustração de não conseguir explicar a meus homens o motivo pelo qual, num investimento de 10 milhões de reais em viaturas, não virá nada para o Corpo de Bombeiros", dizia um trecho da mensagem.
Desde lá até hoje, o quê mudou no CB? Pelo visto, aumentaram os gastos em diárias