Chamem o Bispo

Quando as coisas fogem ao controle de quem dirige, é costume dizer que se deve recorrer ao Bispo. No caso da insegurança em Alagoas, é o Arcebispo quem está orando mensalmente com comunidades, pedindo ajuda a Deus, pois só Ele, com seus poderes e infinita bondade, evitará que as coisas piorem ainda mais.
Parte da sociedade está ainda chocada com o assassinato do jovem Igor Felipe Ferreira Cavalcante. Crime revoltante como tantos outros que têm ocorrido no Estado, em conseqüência da falta de segurança e excesso de impunidade.
Normalmente, recomenda-se evitar grandes shows, locais desertos, saídas pela madrugada, tudo que pais cautelosos pedem aos filhos.
Gente, mas o Igor estava no ponto de ônibus, perto do colégio onde estuda. Tecnicamente um local seguro. Não o suficiente para evitar uma tentativa de assalto, uma reação inesperada e fatal, e o assassinato covarde.
Ontem, família ainda transtornada, um tio de Igor, policial militar, diretor de um Colégio Militar, pediu a interferência da Polícia Militar para que o estabelecimento educacional não registre outras ocorrências do tipo.
Sei, pelas regras de redação, que a frase acima tem muitas vezes as palavras militar e polícia, mas elas foram escritas de forma proposital. Para o leitor imaginar a quem deve apelar um tio civil, de aluno de colégio público ou particular e que venha a ter um sobrinho assassinado.
Ao Criador. Por intermédio do Arcebispo, claro.