Usuário Legado
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O combate ao crime organizado em Alagoas- um mantra da administração tucana, como diz o governador Teotonio Vilela Filho (PSDB)- expõe duas faces contraditórias em uma classe historicamente dividida no Estado: os velhos e os novos delegados.
Os concursados ou os “colocados pela janela” no serviço público; os “meninos de fraldas” contra os “cabelos brancos” das delegacias.
Ações da cúpula da Polícia Civil alagoana, nos últimos dias, colocam os mesmos lados de um único time em pólos opostos, isso no estado mais violento do Brasil.
E não existem coincidências.
Na prisão do ex-deputado federal Francisco Tenório, pelo assassinato do ex-cabo Gonçalves- um consórcio em que são citados também João Beltrão, Antônio Albuquerque e Cícero Ferro- a Associação dos Delegados (Adepol) apressou-se na defesa do integrante. Tenório, como é sabido, é delegado e foi um dos padrinhos da campanha do atual (e também) delegado- presidente da associação- Antônio Carlos Lessa.
Ontem, o Ministério Público Estadual- também historicamente dividido, mas com levantes internos de modernidade- denunciou o ex-deputado Tenório por dois assassinatos: Cícero Sales Belém e José Alfredo Raposo Tenório, crimes ocorridos em 2005.
É possível que a Adepol reaja em defesa de seu integrante-padrinho. Mas, é a mesma Adepol- e suas divisões- quem levará- indiretamente, claro- o ex-parlamentar aos depoimentos na 17ª Vara Criminal- que julgará os crimes.
E qual dos lados escolher?
A defesa aos associados é um dever de qualquer instituição. Mas, e quando os critérios afrontam diretamente a sociedade- cansada, por si só- do mantra “impunidade”, marca registrada das instituições públicas?
Os “choques de modernidade” são inevitáveis- e lógicos- a todas as instituições. Inclusive na Adepol.