Cobrar é preciso

O governador Teotônio Vilela saiu do aparente e incômodo silêncio e anunciou que vai cobrar explicações da Assembléia Legislativa sobre o escândalo que motivou a operação “taturana”, para apurar o enxerto na folha de pagamento de pessoas que não trabalham ou não existem e também não recebem ou recebem apenas parte do salário, cujo percentual maior, muito maior, seria embolsado ilegalmente pelos senhores deputados.
É salutar a cobrança do governador. Como também seria importante ouvirmos expressões iguais por parte de membros dos outros Poderes do Estado. Que o Tribunal de Contas, o Tribunal de Justiça e Poder Executivo, enquanto instituições, precisem ser provocados para tomar uma atitude, admite-se. Mas, seus integrantes, sejam eles conselheiros, desembargadores, juizes, governador e secretários têm responsabilidade com o que acontece no Estado e sobre fatos que signifiquem prejuízos para a população.
Aliás, esta cobrança deveria existir sempre, não apenas quando mais um escândalo volta a causar revolta na sociedade. O pacto de que cada um dos Poderes é independente deve ser visto como uma exigência legal, mas não a ponto de se permitir desvios de dinheiro público de qualquer uma das casas, sem que haja uma forte reação de todas elas.
Vou mais adiante, dentro dos próprios poderes esta cobrança obrigatoriamente precisa existir. E a iniciativa do momento deve caber aos senhores deputados. A mancha da vez é na casa deles. Mãos à obra, gente.