Blog do Valderi
Valderi Melo
Todas as postagens são de inteira responsabilidade do blogueiro.
O senador Fernando Collor (PTB) parece que não está mesmo disposto a largar do pé do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, a quem acusa de ter prevaricado no caso de corrupção envolvendo o bicheiro Carlinhos Cachoeira. Nesta quinta, Collor voltou a usar a tribuna do Senado para informar que o conselheiro Almino Afonso Fernandes, relator de dois processos interpostos por ele no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), determinou a notificação de Gurgel, para que em 15 dias preste esclarecimentos sobre a conduta adotada em relação à Operação Vegas, da Polícia Federal, que investigou a exploração de jogos ilegais.
Além do procurador-geral, Collor mira também a esposa de [Gurgel], a subprocuradora da República, Cláudia Sampaio Marques, a quem acusa de ter praticado os mesmos crimes. Collor entrou com as representações na terça-feira, dia 12, e as duas foram acatadas de imediato pelo conselheiro do CNMP. Das seis representações apresentadas em desfavor do procurador-geral da República por Collor no último dia 12, cinco incluem a subprocuradora Cláudia Sampaio Marques. Nas representações, que abrangem as esferas penal, cível e administrativa, são citados crimes de prevaricação, atos de improbidade e ilícito administrativo, entre outros.
Em uma das representações apresentadas ao CNMP, Collor requer também a atenção do órgão para o controle do ato do procurador-geral da República que costumeiramente delega, com exclusividade ao seu cônjuge, a atribuição para oficiar nos inquéritos e ações criminosas referentes a autoridades com prerrogativa de foro, o que caracteriza, segundo o senador, uma nítida concentração de processos nas mãos de apenas um membro entre as dezenas de subprocuradores-gerais da República.