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Collor entra no vácuo da cisão Téo/Renan

O senador Renan Calheiros (PMDB) admitiu, pela primeira vez, em entrevista a Revista Municipal, reproduzida aqui, no Alagoas 24 horas, que ele e o governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) podem "não estar juntos em 2010". E disse que isso "não é importante" e chamou a questão até de "irrelevante".
"Minha obrigação é trabalhar para ajudar Alagoas e o governador Teotonio Vilela. Somos amigos e de partidos diferentes, mas temos integral convergência na defesa dos interesses do estado e dos alagoanos. Não importa onde estarão os dois em 2010. Podemos até não estar juntos. Isso não é importante. Aliás, é irrelevante no momento atual. A eleição quem decide é a sociedade soberanamente e na hora certa. Até lá essa mesma sociedade quer desenvolvimento, crescimento econômico, investimentos, empregos, melhoria de vida, melhores salários e qualidade de vida"
Caheiros mudou? Não, mudou-se o contexto. Renan tenta reorganizar suas bases políticas, depois do desgaste sofrido por ele na Presidência do Senado. E, em 2010, é o senador João Tenório (PSDB), cunhado do governador, quem quer ser o dono de uma das duas vagas a serem abertas. E é agora, na disputa pela Presidência da Associação dos Municípios (AMA) que os dois caciques estão divididos. Não convergem, divergem.
Tenório articula sua eleição e a escolha do governador será para ele mesmo. Renan, que também disputa sua permanência em Brasília por mais oito anos, não terá- desta vez- o apoio do chefe do Executivo, na velha dobradinha.
E é neste cenário que o senador Fernando Collor (PTB) pensa em navegar. Collor conversou com o empresário João Lyra e o deputado João Beltrão (PMN), afastado pelos desvios na Assembléia. O ex-presidente da República quer ser candidato ao Governo. Aos dois, pediu palanque e apoios.
Collor acredita que o cenário de separação entre Teotonio e Renan favorece ele, o ex-presidente da República. É um vácuo, do qual Collor pretende se aproveitar bastante.
Concorrentes ou inimigos maiores? O ex-presidente não os terá: a esquerda está desarticulada, o governador- acredita o ex-presidente- não conseguirá o eleitorado para permanecer mais quatro anos à frente do Palácio República dos Palmares, Ronaldo Lessa e Heloisa Helena são candidatos ao Senado.
Mas, o tempo pode ser o inimigo de Collor. Faltam dois anos para a disputa estadual. Que podem ser muito ou pouco tempo, dependendo das correntes políticas e da maré eleitoral.
As circunstâncias podem favorecer o ex-presidente da República. Ou destrui-lo, ao soar da tempestade.

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