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Com choro e sem vela

Os ministros Ricardo Lewandowski, Joaquim Barbosa, Gilmar Mendes, Carmen Lúcia e a presidente Ellen Gracie acompanharam o voto do relator Carlos Alberto Menezes Direito na decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de manter a liberação das obras de transposição do rio São Francisco. Valeu o entendimento de que são legais as licenças prévias concedidas pelo Ibama e de que não se pode presumir que as obras causarão danos ao meio ambiente.
A decisão, que saiu por seis votos a três, assegura que o governo tem como exercer fiscalização da obra, controlando todas as suas etapas. Esta afirmativa é como peça de ficção, tipo da obrigação de oferecer educação, saúde, alimentação, moradia, como aprovado pela classe política e comemorado pela ignorante população com o pomposo nome de constituição.
Ora, um governo que não controla seus aliados em votações no Senado e na Câmara, que não detecta mensalões e mensalinhos praticados à luz do dia e bem próximos de si, como vai fiscalizar o gigantesco serviço que, pelo alto volume de recursos, desperta a cobiça de políticos, empreiteiras e seus aderentes desde que foi anunciado.
Não, não sou contra a transposição. Meu conhecimento sobre a questão não é suficiente para emitir este tipo de opinião, embora até um leigo enxergue que a revitalização do rio seria a emergência, a urgência. O que está em discussão aqui é a forma como a questão está sendo – e sempre foi – tratada, beirando a utopia.
A decisão provocou o choro da atriz Letícia Sabatella em Brasília e o desmaio de d. Luiz Flávio Cappio, abatido em conseqüência de 22 dias de greve de fome, que lhe diminuiu o peso em nove quilos.
O governo já sinalizou que não há troca de suspensão da transposição pelo jejum e se fundamenta na decisão do STF para não se incomodar com posições contrárias extremas, cheguem estas a que ponto chegarem.
Como se viu, têm efeitos temporais o choro de Sabatella e a greve de fome do bispo de Barra (BA), encerrada por decisão do médico Klaus Finkan, com apoio dos familiares e autorização do próprio.

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