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CPMF em perigo

A novela da absolvição de Renan Calheiros praticamente já havia sido exibida antes, quando cenas dos próximos capítulos demonstravam o final da história. A necessidade de Renan – e dos votos do PMDB – para aprovar a prorrogação da CPMF fatalmente levaria o Governo Federal, através do PT, a investir na absolvição do senador alagoano, ainda que contrariando convicções (?) de senadores petistas.
O que ainda não assimilei, embora lendo e relendo notícias, avaliando depoimentos, foi a renúncia de Renan ao cargo de presidente do Senado, se era com ele ali que o acordo estava garantido. As duas bancadas trabalhavam juntas para a obtenção das duas vitórias, a da absolvição e da aprovação do imposto do cheque.
Saindo Renan, o PMDB se divide, para a escolha do novo presidente. Por enquanto, são quatro os pretensos candidatos, que o partido pretende unir em torno de um nome: Garibaldi Alves/RN, Neuto de Conto/SC, Valter Pereira/RS e Leomar Quintanilha/TO, este o preferido do Planalto, de Renan e de Sarney, cujo nome não está descartado como candidato de consenso.
Se a divisão for mantida, não está descartada a hipótese de que, insatisfeito, parte do grupo de políticos decida quebrar o acordo, fazendo perigar a CPMF, considerada por Lula como indispensável para a governabilidade do país. Confiante na vitória no Senado, o presidente chegou a dizer ontem que não há um plano B, chegando a comparar o Governo ao rebaixamento do seu Corinthians. A CPMF pode ser aprovada, sim, mas no mínimo vai se tornar mais cara.
Enquanto isto, Renan limpa o terreno em volta. O presidente do Conselho de Ética, Leomar Quintanilha, decidiu, sem consultar os demais integrantes, arquivar os quarto e quinto processos abertos contra o alagoano, por quebra de decoro parlamentar. Nos processos, Renan era acusado de desvio de dinheiro em ministérios controlados pelo PMDB e de espionagem contra os senadores Demóstenes Torres e Marconi Perillo. Embora esta não seja uma decisão definitiva, deve restar um sexto processo contra Renan, onde é acusado de apresentar emenda que permitiu repasse de dinheiro para empresa fantasma. Para ele, falta pouco.

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