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Texto de Ricardo Alexandre de Lima*

Quando fui convidado a escrever para esse blog aceitei sem hesitar. Não apenas por se tratar do convite de um estimado amigo, mas por ser um espaço midiático flexível, incisivo e provocador. Um novo media que surge da renovação tecnológica, ainda com seus quês a resolver quanto à governância, mas que é, em si, reflexo de uma nova sociedade criativa, sempre em busca de oportunidades. E é de criatividade e oportunidade que trata esse artigo.

Em tempos de crise é comum recebermos uma avalanche de informações. Ora se fala de demissões, ora de novos postos de trabalho. Numa emissora ressaltam-se as ações do governo para manter todos a salvo dos efeitos perversos da crise financeira: aumento de combustíveis e seu efeito dominó com a consequente demissão de empregados como corte de gastos.

Já um outro comentarista, especialista com ampla visão e um palmo de profundidade, critica a lentidão do governo, os gastos do governo, a quantidade de funcionários do governo e isso, e aquilo do governo… E os pobres “telemortais” veem-se em meio a uma crise ainda maior: a da falta de criatividade.

Sem ela, o homem perde o único elemento de sua complexidade, que o impulsionou na evolução para a espécie dominante no planeta. Ficamos submissos a condição imposta por uma violência cultural, obrigados a aceitar a realidade baseada unicamente no ponto de vista desse ou daquele partidário de um pensamento político obtuso, cujo o único propósito é a manutenção do poder.

Dessa forma, turva-se a visão e a realidade social apresenta-se sob uma ótica pervessa. Apesar de ser detentor da solução dos seus problemas – pois que são problemas humanos, ou seja, pelo próprio ser humano inventados – a arrogância, o orgulho e excesso de confiança que depositamos nas mirabolantes soluções do governo – outra malfadada invenção humana – nos torna seres indolentes, incapazes de reagir positivamente diante das inúmeras crises que nos assalta todos os dias.

É preciso entender que a mudança das crises começa com o renovação criativa de cada indivíduo. Somente uma criatividade viva pode nos fazer enxergar as oportunidades em meio a sociedade caótica. A história da humanidade se fez assim. Foi em momentos de crise que o ser humano buscou alternativas, consolidou o que se imaginava impossível e vislumbrou um futuro ainda mais promissor.

É em meio a crise que sonhamos, planejamos, definimos e nos lançamos a busca da sobrevivência. Protagonistas da própria história de vida, arriscamo-nos no desconhecido a inventar, errar e aprender. Construímos o novo sobre as ruínas dos velhos conceitos e tradições. Verdadeiros empreendedores, consolidamos novas bases para a velha sociedade.

Dessa formula nasceram as revoluções socio-tecnológicas-industriais e a computacional, que, se por um lado tornaram a vida mais interessante, por outro automatizaram a essencia humana. Viramos então peças vivas do aparato tecnológico contemporâeo. No entanto, o espírito humano, a essência criativa de nossa natureza, clama por uma nova revolução que dessa vez venha do âmago de cada indivíduo: a Revolução Humana.

* É jornalista

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