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De dentro para fora

Repercutiram – e como – as pesadas declarações do cantor Messias Lima, ao programa A Notícia é o Show, da Rádio Gazeta, sob o episódio havido no dia anterior, quando seu filho, de 26 anos, foi baleado ao fazer a escolta (?) de um preso que iria buscar atendimento médico. Pai transtornado, não mediu as palavras ao se referir ao governador do Estado, ao secretário de Defesa Social e ao responsável pelo Sistema Prisional de Alagoas, responsabilizando-os pelo atentado.
Ninguém pode imaginar como se sente uma pessoa em uma situação dessas. Cada um reage de uma forma diferente. Um dia antes, na mesma emissora, pai de família que já havia sido vítima de bandidos, comentava as mudanças no comportamento das filhas: uma não queria mais sair de casa, outra desandou a comer e engordou rapidamente.
Mas, havia nexo no que disse Messias Lima, quando disse que um automóvel gol 1.0 é carro para levar menino pobre ao colégio – filho de rico vai em carro de luxo, importado, blindado – e não para transportar criminoso. Experiente delegado, que pediu para não ter seu nome revelado, disse que em situações como aquela utilizasse um veículo apropriado para o transporte de presos, entre duas viaturas com policiais fortemente armados.
Mas, a escolha do veículo a ser usado não me parece o fato mais grave. A atenção está sendo desviada do mais importante que é a certeza de que de dentro do presídio vazou a informação sobre horário de saída do grupo, provável itinerário a ser percorrido, e, principalmente, as condições em que se daria o transporte. Esta é a condição para acontecer o que aconteceu.

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