Luis Vilar
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Os suplentes de deputados estaduais que assumiram cadeira no parlamento alagoano, em virtude de uma série de afastamentos que ocorreram em função da Operação Taturana, chegaram à Assembléia Legislativa entrando de “sola na sala vip”. Demonstraram independência com relação à influência de Antônio Albuquerque e chegaram, inclusive, – mesmo sem poder se candidatar – a defender a eleição de uma nova Mesa Diretora, sem a presença dos afastados.
Porém, sempre foram tratados como figurantes dentro do romance que virou a crise do Legislativo alagoano. Inclusive, ameaçados – o tempo todo de forma subliminar – de serem postos para fora do Poder Legislativo, com o iminente retorno dos afastados, o que nunca ocorreu. Muito pelo contrário, de lá para cá, alguns deixaram a condição de afastados e galgaram um posto mais considerável em meio às “patentes dos suspeitos de cometerem crimes”: se tornaram presos. Aliás, presos por pistolagem (acusação bem mais pesada).
Se são culpados ou inocentes? Bem, isto os afastados terão que provar na Justiça. O fato é que deixaram um vácuo que só foi aumentando com os sucessivos erros políticos, administrativos e morais da Assembléia Legislativa do Estado de Alagoas. Agora, os “neo-deputados” formam um bloco parlamentar independente, que em nada lembra o “carnaval de irregularidades” do Poder Legislativo.
O porta-estandarte do bloco independente traz a cabeça de Antônio Albuquerque. O presidente afastado e preso deve ser alvo de pedido de destituição. A eleição para a Mesa Diretora que ocorrerá no mês de agosto tem tudo para principiar um novo processo turbulento. Lidera o bloco o deputado estadual Jefferson Moraes (Democratas). Ao lado de Moraes, os escudeiros que podem arrancar Albuquerque da cadeira: Dino Filho (PTdoB), George Clemente (PSB), José Maria Tenório (PMN), Flaubert Filho (PTB), e Manoel Santana (PTB).
Na visão de Jefferson Moraes, o bloco traduz o clamor da sociedade por medidas moralizadoras dentro do Poder Legislativo. O bloco foi criado na forma regimental, conforme estabelece o artigo 28 e parágrafos, da Resolução n° 369, de 11 de janeiro de 1993. Os “neo-deputados” começam a sair da condição de suplente e podem virar os protagonistas da história, ganhando força e conquistando a opinião pública. Se é possível medir forças com determinados grupos da ALE? É uma resposta que pertence ao tempo…
O que os suplentes defendem é que é preciso recuperar a dignidade e o respeito do parlamento alagoano. Um deputado estadual disse, nos corredores da Associação Comercial, que Antônio Albuquerque prefere perder o cargo à presidência. Em uma entrevista, na varanda de seu apartamento, Luiz Gonzaga Mendes de Barros – aquele que foi procurador da Assembléia Legislativa – profetizou certa vez: “A vaidade de Antônio Albuquerque sufoca a sua inteligência a ponto dele não ver o favor que faria a si mesmo se renunciasse”. Será?
Os suplentes já tiveram uma atitude como protagonista. Porém, esta foi alvo de críticas. Eles votaram, juntamente com os “efetivos”, na deputada Cláudia Brandão para a vaga de conselheira do Tribunal de Contas. Foi uma das primeiras atitudes de “gente grande” do bloco de suplentes. Mas, questionável… principalmente quando a “marchinha” do bloco possui em seu refrão: “Independência olerê, independência olará, com Albuquerque não queremos mais ficar”.