Bispo Filho
Bispo Filho é Administrador de Empresas e Estudante de Jornalismo.
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A ação, chamada de “Adoção na Passarela”, foi organizada pela Associação Mato-grossense de Pesquisa e Apoio à Adoção (Ampara), em parceria com a Comissão de Infância e Juventude (CIJ) da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso (OAB-MT) e outras entidades do Estado.
No evento, conforme a organização, 18 adolescentes acima de 12 anos desfilaram em uma passarela criada em um shopping de Cuiabá. Conforme a entidade, cerca de 200 pessoas – muitas delas interessadas em adoção – acompanharam da plateia.
Lojas de roupas e calçados auxiliaram no evento, por meio de doação de itens para que os adolescentes pudessem desfilar.
A exposição de meninos e meninas, com cabelo produzido e maquiagem, não tem graça.
O desamparo não é um concurso de miss.
A dor não é uma disputa de beleza.
Mercado de escravos
Esse desfile de adoção no Mato Grosso me fez relembrar a barbárie da escravidão no Brasil colonial.
Os escravos africanos foram trazidos ao Brasil nos tumbeiros (navios negreiros). Quando chegavam ao território brasileiro, eram levados para o mercado de escravos, onde eram negociados com os senhores proprietários de engenhos.
No Brasil colonial, os principais mercados de escravos se encontravam nas regiões litorâneas, principalmente na região nordeste e sudeste, onde estavam os principais engenhos de açúcar. Nos mercados, os compradores examinavam os escravos (nos documentos históricos não se falava “escravos” e sim “peças”, portanto, examinavam as “peças”) como se examinassem um objeto, uma mercadoria ou um animal.
As principais observações que os compradores queriam verificar nas “peças” eram a rigidez dos músculos (por isso apalpavam os escravos). Olhavam também os dentes, os olhos, os ouvidos e solicitavam que os escravos saltassem e girassem para constatar suas condições de saúde. Além dessas observações, os compradores examinavam as partes íntimas dos escravos a fim de constatar alguma doença.
Geralmente, os preços dos escravos eram altos. O valor variava de acordo com as condições físicas e de saúde de cada um, idade e sexo.
Adoção é doação, um ato de amor
Gerar significa criar, conceber, produzir, originar, formar, desenvolver, nascer. Palavras que se aplicam perfeitamente a fecundação e a gestação de um novo ser. Para adotar também é preciso gerar dentro de si a mesma vontade. Adotar é um ato de coragem e muito amor, sem preconceito, e com total responsabilidade por aquele novo ser que entra na família e passa a fazer parte dela para sempre.
É o amor que move o desejo de adotar, que dá a certeza de que aquela criança precisa de você, que dá paciência para aguardar as decisões jurídicas e promover este encontro que é para toda a vida.
Lembre-o que ele foi escolhido para ser amado.
Não veio da barriga, mas do coração.
Fica a dica e a minha indignação para os produtores deste desfile dos horrores no Mato Grosso!