Usuário Legado
Todas as postagens são de inteira responsabilidade do blogueiro.
A Secretaria de Gestão Pública pediu, na semana passada, informações a Corregedoria do Tribunal de Justiça sobre uma pensão, paga a um coronel da Polícia Militar, morto em 2006. E por que à Corregedoria do TJ? Por que o caso envolve um juiz. Seu nome: Rivoldo Sarmento. E por que ter informações sobre a pensão? Porque o coronel Valderedo Fontes Teles, ex-chefe de gabinete do ex-governador Geraldo Bulhões, no sertão do Estado, ainda recebe R$ 11 mil. Ele morreu há três anos.
O secretário de Gestão Pública, Guilherme Souza Lima, disse ao blog que quer confirmar a morte do coronel, de maneira oficial, e adotar as providências legais. Como o corte da pensão.
No dia 3 de fevereiro deste ano, uma testemunha procurou a delegacia do 7º DP, no bairro da Pitanguinha, para denunciar ameaças de sua ex-mulher. Os nomes serão preservados. A ex-mulher dele era filha do coronel Teles.
Segundo o Boletim de Ocorrência, esta testemunha teria sido ameaçada pela filha do coronel por ter denunciado a pensão "fantasma" à Polícia Federal.
A testemunha não conhecia o caso e estranhou as acusações. Começou a investigar por conta própria. Conta que assinou papéis, ainda quando era casada com a filha do coronel. Não havia lido nada, por confiar na ex-mulher.
Depois da separação- litigiosa, por sinal- descobriu que os papéis eram um testemunho de um casamento entre o coronel, na época morto, com uma outra mulher, ainda viva e hoje herdeira da pensão.
O caso é investigado pela Corregedoria do Tribunal de Justiça porque o juiz Rivoldo Sarmento, que era titular da comarca de Porto de Pedras, aparece como o autor da celebração do casamento do coronel. Tudo corre em segredo de justiça no TJ. Em sua defesa, o magistrado nega a trama. Contra ele, há possíveis provas, como uma assinatura, tida como sua, em certidões, possíveis comprovações da suposta fraude.
Ameaçada de morte e proibida de ver os filhos, conforme consta no BO da polícia, a testemunha só descobriu ser testemunha de alguma coisa depois da prisão de Rivoldo, ano passado, quando este blog revelou o caso.
No decreto de prisão, Rivoldo é acusado de receber dinheiro para acobertar fraudes na emissão de títulos eleitorais na cidade de Porto de Pedras. Ele foi preso pela PF, com o prefeito eleito Rogério Farias. As eleições foram anuladas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Para escapar das ameaças de morte, a testemunha relatou o caso ao Movimento Social de Combate à Corrupção (MSCC), tudo registrado em ata na semana passada. Ele procurou ainda o secretário de Gestão Pública, Guilherme Souza, informando da pensão "fantasma". E o secretário confirmou ao blog o encontro. Ele também está agendando com a Polícia Federal uma denúncia, contra o pagamento da aposentadoria ao militar, morto em 2006.
Contra Rivoldo, há ainda o pedido, do Conselho Nacional de Justiça, de aposentadoria compulsória. O juiz está afastado das funções eleitorais, por determinação do Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Ele não foi localizado pelo blog.