Bispo Filho
Bispo Filho é Administrador de Empresas e Estudante de Jornalismo.
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Nesta terça-feira (03) foi inaugurado publicamente o termo “estupro culposo” no Brasil.
A condição, que não faz parte do Código Penal, foi usada para defender o empresário André de Camargo Aranha, acusado de estuprar a influencer Mariana Ferrer.
Segundo informações divulgadas pela mídia, o fato pela visão da Mari Ferrer foi de que ela foi dopada e seu corpo foi violado. Já o acusado ofereceu outra teoria, de que teria realizado somente sexo oral de forma consensual.
No caso, o promotor de Justiça ventilou a tese de que houve um erro de tipo, em que se exclui o dolo e mantém a culpa.
Porém, por se tratar de fato atípico, o indivíduo foi absolvido.
A Injustiça da Justiça.
Os poderosos promovem a desigualdade da Justiça pelo dinheiro.
A justiça é representada de olhos vendados. Simbolicamente pretende manifestar a sua isenção.
Mas a verdade é que a justiça tem os olhos bem abertos.
O fato é que esta é feita por homens e mulheres com virtudes e defeitos, como todos nós.
E na aplicação da justiça infelizmente não existe um padrão constante.
Varia de acordo com o perfil de cada pessoa que a aplica, isto é, mediante as suas vivências, as suas convicções éticas, políticas e religiosas, com as suas origens sociais.
E excetuando os corruptos e os corruptíveis, quem pretende praticar a isenção, nem sempre o faz mesmo que seja inconscientemente.
A ser verdade esta breve apreciação do sistema judicial, não podemos esperar que a justiça seja sempre justa.
Uma coisa é certa; a maioria dos processos passa-se no recôndito dos tribunais.
Só chegam ao conhecimento público os mais midiáticos, que têm sempre dois julgamentos: os da opinião pública, rápidos e assertivos, e o dos tribunais, lentos e tantas vezes contrários aos da opinião pública.
Por outro lado, os que dispõem de meios económicos superiores, têm à pratica de melhores hipóteses de defesa. E isto leva-nos à questão que está na ordem do dia, a legitimidade da prova.
A prova nem sempre é fácil, e os mais fracos passam a sentir cada vez mais dificuldades em apresentar provas consistentes, em função dos subterfúgios existentes.
E neste caldo de cultura é difícil que não vingue a injustiça da justiça no mundo dos poderosos.
Estupro culposo não existe, isso é revoltante e inaceitável.
O que existe, é que um estuprador foi julgado por ter feito um “estupro culposo.”
Isso é terrivelmente revoltante e inaceitável.
Deixo aqui a minha irrestrita solidariedade a Mariana Ferrer.
Força!
Uma ressalva se faz necessária.
Na magistratura brasileira (como em todos os lugares do planeta) há juízes e promotores de todo tipo (honestos, venais, ladrões, negligentes, aristocratas etc.).
Os honestos e trabalhadores são os mais atingidos indiretamente em sua honra diante dos atos e omissões dos juízes e promotores pouco ortodoxos (fora da lei).