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Grito de leão, velocidade de preguiça

Os gritos de uma sociedade- que clamam a morte dos “marginais” ou “bandidos”- mostram também que as instituições públicas- Tribunal de Justiça, Ministério Público Estadual, OAB, Adepol, sindicatos, conselhos ou entidades do Governo- não potencializam soluções ou discussões a respeito de problemas básicos e perceptíveis de uma localidade. Exemplo da violência em Alagoas- o estado que lidera os índices de homicídios no País. Algo ligado a “moçada da droga”, um infantil jargão da campanha eleitoral.
Ao pedir a morte por linchamento ou apoiar a execução dos “bandidos” em plena rua, a sociedade mostra também que a impunidade e o descrédito são sim as marcas destas instituições. É um protesto indireto ao funcionamento (ou não) delas.
O alagoano que comenta nos sites ou blogs percebe a carestia e a lentidão do Judiciário- criticado até pelo Conselho Nacional de Justiça, em capítulo sobre Alagoas.
Ou nota em instituições da sociedade civil um pleno (e estranho) funcionamento ativíssimo- com direito a twitter- em época de campanhas eleitorais. Algo programado a cada dois anos.
Passada a sazonalidade eleitoral e ocupado o espaço público na cadeira do grupo ganhador da votação, os gritos amansam. A velocidade da preguiça empurra ao descrédito.
Se a impunidade é a marca de Alagoas, o silêncio é o carimbo do subdesenvolvimento. Um ardil criado para uma sociedade não funcionar. E ser levada ao barbarismo, em passagem pelo código de Hamurabi. A lei de Talião.

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