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Ana Cláudia Laurindo
“Pensar e agir, defendendo nosso íntimo e nossos direitos inatos e, definindo nossas perspectivas pessoais, sem subtrair os direitos dos outros, é a imunização contra a autocrueldade.”(Hammed) A frase psicografada nos remete à responsabilidade conosco mesmo, sem invocar egoísmo, partidarismo; traduzindo uma relação de transparência diante das necessidades de definição de rumos, que, como conseqüência nos leva a tomar atitudes, assumir posicionamentos, sejam relacionais ou políticos.
A ausência de coragem para tanto, pode aos poucos se constituir numa patologia social chamada “autocrueldade”. Uma punição à qual o indivíduo que também é ser coletivo, adere progressivamente, pela omissão, covardia ou justificativas históricas de cunho ideológico pessimista, diante das circunstâncias trazidas pelo contexto histórico-social que o contempla.
Para não traduzir essa dor nas entrelinhas da minha história, faço valer meu posicionamento enquanto cidadã consciente dos direitos embutidos no nos atos civis aos quais honro, numa sociedade que se alardeia democrática, assentada numa Constituição que garante a liberdade dos brasileiros.
Todos nós sabemos das dificuldades que atingem as áreas de serviço público em Alagoas, porque esse mal não é novo! A Educação pública tem sido penalizada com o descaso repassado entre as gestões, e nesse bojo não são apenas os alunos e seus pais que são vítimas, mas toda a comunidade escolar colhe proporcionalmente os frutos amargos da má semeadura política dos nossos representantes. E a sociedade como um todo se representa nisso.
Tal contexto tem adoecido os professores e as professoras, tem desmotivado e levado a atitudes de renúncia ao exercício do magistério. Alguns recorrem à diminuição da carga horária, no intuito de redirecionar a vida profissional. Isso pode ser negado? A Procuradoria Geral do Estado tem indeferido tais processos, alegando a carência de profissionais como razão para o feito. Obrigará os professores a exercerem suas funções à força? Estará se configurando em Alagoas, uma nova modalidade de relação escravagista?
Ministério Público deve direcionar seu olhar para os gestores públicos, responsáveis pelas políticas não aplicadas. Os profissionais do magistério já lidam diariamente com as conseqüências perversas dessa não aplicação.
Procuradores de Estado, muito bem pagos para defender a instituição que em tese garante os nossos direitos, não esqueçam que somos cidadãos e cidadãs livres, capazes de decidir quando saímos ou não do serviço público, ao qual nos engajamos por mérito e ao qual podemos renunciar por desengano.
* Cientista Social, Mestra em Educação Brasileira e Professora da Escola Pública.