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Há um ano, médicos mostravam crise na Saúde

Faz um ano (completou ontem) que o Sindicato dos Médicos entregou relatório ao Ministério Público Estadual, Ministério Público Federal em Alagoas, Ministério Público do Trabalho em Alagoas, Defensoria Pública Estadual, Tribunal de Justiça de Alagoas e Secretaria de Estado da Defesa Social mostrando o caos na saúde pública alagoana. São problemas no setor de emergência, falta de médicos e de condições éticas de trabalho.
No item Hospital Geral do Estado:
O Hospital Geral do Estado é um caos: devido à falta de médicos, vários plantões ficam descobertos durante turnos ininterruptos, em especialidades essenciais ao funcionamento de qualquer serviço de emergência, sendo isso de uma gravidade e irresponsabilidade incomensuráveis, sobretudo por se tratar da maior emergência pública do Estado, alternativa única para paciente que depende dos serviços públicos de saúde. De muito tempo, os gestores vêm optando por soluções ilegais para tentar suprir a falta de médicos: a contratação de médicos prestadores de serviços, que antes tinham contrato formal, escrito, e hoje têm contrato verbal (de boca), além da oferta dos chamados plantões extras, em que se oferece um adicional de salário ao médico efetivo, para que cumpra uma carga horária a mais, como se já não bastasse a sobrecarga desumana de trabalho enfrentada cotidianamente no HGE pelos profissionais que lá atuam.
Em outro item- condições de trabalho:
4. Fora da Lei. A contratação dos ilegais, informais, precários, ou do nome que se queira dar aos prestadores de serviços, não tem resolvido o problema da falta de médicos, da mesma forma que os plantões extras também não resolvem. Mesmo quando os médicos efetivos são coagidos pelas chefias a aceitar essa carga de trabalho extraordinária. Ocorre que prestador de serviço, sem documento que comprove que está a serviço do Estado, não se sente de forma alguma obrigado a enfrentar sozinho, ou com apenas mais um colega, plantões de 12 ou 24 horas em um hospital sem a mínima estrutura de atendimento, onde os pacientes muitas vezes precisam ser colocados no chão enquanto se tenta um procedimento de reanimação. Por conta disso, é comum que os prestadores de serviço optem por não cumprir suas escalas de trabalho, deixando o hospital sem médico. Como o HGE padece do problema crônico da falta de comando – atualmente está sem diretoria – a população que sofre desassistida não tem nem para quem reclamar.
A escolha de quem vive e quem morre. Quais os critérios, em meio a crise? 8. A Escolha de Sofia. No HGE, formam-se filas de macas desde a Área Vermelha até o fim do corredor de acesso ao centro cirúrgico. Com um único médico operando, tem que fazer fila mesmo. Mas nem salário de fome, o excesso de trabalho, o desespero que o médico sente quando precisa de um exame para fechar um diagnóstico e não dispõe, nada disso tem paralelo com a sensação indescritível de “ter que tentar ser Deus” e escolher, na fila da porta do centro cirúrgico, qual daqueles doentes gravíssimos – entre vítimas de quedas, de ferimentos por arma branca ou de fogo, politraumatizados de acidentes de trânsito, etc. – “merece” ter uma chance e ser levado primeiro para a mesa de operação. É a Escolha de Sofia, realidade diária do HGE.
Para ver o relatório completo (são 28 itens), veja neste link:
http://alagoasreal.blogspot.com/2010/03/veja-na-integra-o-relatorio-enviado.html
Para ver se o dia a dia mudou, basta ser usuário do Sistema Único de Saúde (SUS).

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