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Ipaseal doença

Pense numa coisa troncha. Pensou? Agora, pense numa coisa ainda mais troncha. E aí? Pois este tal de Ipaseal Saúde foi um das heranças mais tronchas que mentes ditas brilhantes do governo anterior deixaram de saúde para o funcionalismo público estadual.
Alguém imaginou – e recebeu o apoio de cima para baixo – que o Estado poderia se tornar no pai – e na mãe também – de todo mundo, recebendo muito pouco e oferecendo saúde, desde as consultas e exames até internações e cirurgias.
Não podia dar em outra. Faltou dinheiro, deixou de pagar aos profissionais e instituições, o atendimento deixou de ser feito, os usuários se irritaram, continuaram sofrendo descontos em seus salários, o caos total.
Tal como no caso do empréstimo consignado, que deixou servidores e instituições bancárias lesados, em situações opostas, configura-se o crime de apropriação indébita.
O resultado geral é que dos 46 mil beneficiários (?) de 2005, restaram apenas 16,5 mil, 6,5 mil deles os titulares, que pagam mensalidades.
Achando pouco, a diretoria do Ipaseal preparou o tiro de misericórdia, anunciando reajuste de 28,62% (15,16% para os do regime de co-participação) para o próximo mês, o que certamente vai provocar a desistência de muitos outros.
Anunciando superávit operacional no primeiro semestre (deste jeito quem não consegue?), o plano ainda é considerado pelos seus gestores como muito bom e barato. E terá seu destino selado a partir de duas opções literalmente opostas: uma delas é acabar de vez, inviabilizado por falta de “clientes”. A outra, pérola de sugestão, é tornar obrigatória a adesão de todos os funcionários públicos, com o Estado contribuindo com o mesmo percentual.
Ô povinho paciente (nos dois sentidos) este nosso.

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