Usuário Legado
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“Fica entre nós um sentimento de repulsa, envolvendo dois bens preciosos: a nutrição e educação das crianças. Lamentável que se use este dinheiro para fins pessoais, é um prejuízo para a sociedade alagoana, de crianças que dependem da merenda escolar em cidades muito pobres".
A frase, do procurador da República, José Godoy Bezerra de Souza, pode resumir a Operação Mascotch- em que primeiras damas e secretários desfilam na carceragem da Polícia Federal como ladrões de merenda- mas também serve de reflexão a órgãos de investigação locais- um deles, o Ministério Público Estadual.
Se a movimentação de recursos federais da merenda aponta para as rações de cachorro, os uísques doze anos e uma boneca, o que poderia se dizer dos repasses estaduais a prefeituras, como o ICMS? Onde é aplicado este dinheiro? E a verba dos royalties (recurso federal)- mote do assassinato, em janeiro de 2007, do vice-prefeito de Pilar, Gilberto Pereira Alves, o Beto Campanha?
E os recursos desviados pela Prefeitura de Satuba, na era Adalberon de Moraes, acusado no assassinato do professor Paulo Bandeira, em 2004? Ele denunciava os demandos no Fundef- recurso federal. E os demais fundos? O uso do Fundo Estadual da Saúde, por exemplo?
E onde aparece o trabalho do MP em cidades como Traipu- com prefeito e primeira dama gravados no anedotário dos corredores da PF?
Por enquanto, é o Ministério Público Federal quem abre frentes de investigação. Só três grandes exemplos: as secretarias de Saúde e Infraestrutura, do Governo do Estado, e mais atrás os recursos federais, transferidos para as prefeituras.
São lições interessantes. E democráticas.