Usuário Legado
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A promotora do Grupo Estadual de Combate às Organizações Criminosas, Marluce Falcão, lançou hoje o próprio nome para a disputa ao cargo de procurador-Geral de Justiça. Na prática: a chefia do Ministério Público de Alagoas.
As eleições acontecem em janeiro, mas o segredo do negócio é iniciar desde ontem as articulações. Ontem aqui é tomado no sentido atemporal. Imediatamente mesmo.
Neste caso, Falcão é um divisor de águas. Apoiada por Coaracy Fonseca, o atual procurador-chefe, a promotora entra na disputa para tentar votos entre os 80 integrantes do MPE.
O ex-procurador-Geral, Lean Araújo, e o presidente da Associação do Ministério Público, Eduardo Tavares Mendes, também querem alçar ao posto, com vaga apenas para um deles.
A estratégia mais visível é colocar mais pessoas na disputa. Ou seja: mais nomes neste caso significam mais opções, é uma espécie de teste de prestígio. Quem possui hoje uma parte deste prestígio quase indiscutível é o procurador Dilmar Camerino, chefe do MP três vezes. Ele deve apoiar o “grupo” de Coaracy.
Vencida esta etapa, será montada uma lista tríplice mas o eleitor maior mesmo e – claro- o maior interessado nestas tratativas é o governador Teotonio Vilela Filho (PSDB). O martelo sobre o futuro procurador-chefe será batido pelo dirigente do Executivo.
Vilela deu sinais que movimentam os bastidores. E geram esperanças. Vai votar em “um nome”. Isso significa: pode não ser o mais votado, como aconteceu com Coaracy, escolhido pelo ex-governador Ronaldo Lessa (PDT). Ele era o terceiro na relação tríplice.
A quatro paredes, Coaracy acredita ter trunfos para vencer e não faz de questão de escondê-los. Lean Araújo é primo do presidente afastado da Assembléia Legislativa, deputado Antônio Albuquerque (sem partido). O atual chefe acredita que Téo Vilela não deseja mais AA em seus quadros governamentais, logo, isso influirá na decisão final do tucano.
E sobre Eduardo Tavares Mendes? Para o grupo de Coaracy, outra vantagem: Tavares seria ligado ao senador Fernando Collor (PTB). Sabidamente, Collor e Téo Vilela não se afinam politicamente.
E isso, na opinião do grupo, será fundamental na hora da definição: Marluce Falcão é uma das promotoras mais combativas do MP, está na linha de frente do Gecoc, não é vinculada a grupos e possui sinais positivos do Palácio República dos Palmares.
Resta saber se esta é a mesma lógica de Vilela.