Usuário Legado
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A Câmara de Vereadores terá uma oportunidade, na próxima terça-feira, para descobrir o conceito real de "quebra de decoro parlamentar". Será o processo aberto contra a vereadora Heloísa Helena (PSOL) por Tereza Nelma (PSB).
Na Câmara que nomeia, todos os dias, furadores de papel e assistentes de fax para seus quadros e funciona em um auditório emprestado por uma faculdade particular, o processo pode movimentar as sessões do Legislativo. Afinal, o último debate, talvez interessante, foi sobre o uso de sanitários públicos dos motoristas de ônibus, em terminais, também pelos taxistas. Os banheiros agradecem.
Na atual Câmara, comprar votos faz parte da lógica política, portanto, não rende um processo na Comissão de Ética. Atrasos no repasse ao INSS devem ser considerados um crime menor, a disputa por 400 cargos na Mesa Diretora não pode ser descrita nas canetas nervosas da brava comissão da Casa de Mário Guimarães.
Os órgãos de investigação pensam, por exemplo, que uma verba de gabinete de R$ 27 mil é ilegal porque os vereadores precisam dizer para onde vai o dinheiro. Nomear uma namorada e seus parentes, para cargos na Mesa, é ato ilegal, bem como xingar religiões afro, chantagens para a entrada em comissões, negociações de esgoto para cargos no poder público, roubar projetos de outros vereadores, pagar dívidas de campanha com dinheiro público ou caixa de campanha com verba pública. Nem de longe isso existe na Câmara de Maceió.
A Comissão de Ética terá muito trabalho pela frente. Vai preencher seu tempo, na próxima terça-feira, com a vereadora Heloísa Helena, apenas uma candidata a presidente da República bem situada nas pesquisas, jogando naturalmente os holofotes da mídia nacional na Câmara de Vereadores de Maceió. Nada demais para um poder que se investiga, certo?