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Na segurança, laboratório de experiências velhas

A vinda do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, a Alagoas deveria ser o resultado de um pedido de socorro, do governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) a Brasília- para retirar o Estado da liderança nacional dos índices de homicídio.
A surpresa da viagem do staff do MJ, da secretária Nacional de Segurança Pública, Regina Miki, e mais 28 técnicos da Senasp é que a Carta Alagoas, assinada por todos- o compromisso para a diminuição dos índices de homicídios- contem medidas que já foram aplicadas no Estado. E nunca funcionaram.
O Gabinete de Gestão Integrada, o GGI, por exemplo, foi reimplantado pelo então ministro da Justiça, Tarso Genro, em 2009, durante a posse do secretário de Defesa Social, Paulo Rubim.
O GGI havia morrido, apesar de o antecessor de Tarso Genro, Márcio Thomáz Bastos, ter vindo a Alagoas para empossar o primeiro gabinete.
Após reimplantado por Genro, o GGI teve sua “segunda” morte, para dar lugar ao Conselho Estadual de Segurança.
Este é o segundo “reforço” de homens da Força Nacional a Alagoas. O primeiro veio dia 8 de fevereiro, quando o MJ decidiu que a Força ficaria por tempo indeterminado no Estado.
Antes disso: a FN atuou no Carnaval deste ano, na apuração dos assassinatos de moradores de rua (novembro de 2010), nas enchentes (junho de 2010). A primeira vez foi em janeiro de 2008: 100 homens e um helicóptero.
Apuração de inquéritos parados? No dia 3 de novembro, o então secretário Nacional de Segurança Pública, Ricardo Balestreri, em Alagoas, prometeu uma força tarefa- com agentes da FN- para apurar quatro mil inquéritos parados.
Estes inquéritos formam um “cemitério”. Em primeiro de março, o Ministério Público Estadual foi quem pediu o fim deste cemitério até o mês de julho. O que depende de reforço também na Polícia Civil- sobrecarregada, como se sabe.
Em 19 maio de 2009 foi implantado em Alagoas o projeto Territórios da Paz- também pelo Ministério da Justiça, no Benedito Bentes. A promessa era um conjunto de 20 ações do Pronasci, para reduzir os índices de criminalidade.
E depois do “Territórios” no Benedito Bentes? Houve a implantação de mais seis em Alagoas. Gastos de R$ 47,5 milhões.
A parceria dos governos de Alagoas e Federal? Compromisso assumido em março de 2009- dois meses após a implantação do “Territórios” – com uma fala do governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) ao então ministro da Justiça, Tarso Genro- quando ele esteve em Alagoas para empossar o secretário de Defesa Social, Paulo Rubim.
E a promessa de paz nas ruas, depois desta parceria? Novamente dita em março de 2009, pelo governador, na posse de Rubim:
“Delegado Paulo Rubim: Alagoas lhe acolhe de braços abertos. Alagoas lhe agradece, antecipadamente, por sua disposição em aceitar este convite. O povo alagoano é pacífico e corajoso, trabalhador e empreendedor. Este povo alagoano, secretário Paulo Rubim, deposita em suas mãos a esperança da Paz. Esperança de uma Paz que será fruto da luta cidadã contra o crime. Paz resgatada de uma realidade danosa, na qual as organizações criminosas teimam em estender seus tentáculos sobre toda a sociedade”.
Investimentos para o combate às drogas? Pesquisa divulgada ano passado pela Confederação Nacional dos Municípios apontava que, apesar de Alagoas ser o segundo menor Estado da federação, é o terceiro no Brasil que recebe investimentos para o combate ao crack. As ações, segundo a CNM, abrangem 55,15% dos municípios.
E qual o resultado das primeiras promessas? A declaração deste sábado, do governador, ao ministro da Justiça: “"Em Alagoas, ministro, é como se caísse um Boeing todo mês e todos morrem. São 180 homicídios por mês. No mundo, se cai um avião existe um sentimento de comoção. Aqui, este Boeing não chama mais a atenção".

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