Blog

Usuário Legado

Todas as postagens são de inteira responsabilidade do blogueiro.

Nós e os números

Ana Cláudia Laurindo- blogdeanaclaudia.zip.net
O Brasil se alarma: os alagoanos vivem e morrem em um contexto de guerra! Os números da violência impuseram a reflexão.
Momento fecundo para o esclarecimento e o discernimento eclodirem, o povo alagoano participa efetivamente, responsabilizando, criticando, analisando. Rompendo, finalmente, com a intencionalidade perversa do discurso eleitoreiro que atribuiu a morte nessa terra de Marechais à “moçada da droga”.
De vítimas sem rosto, os alagoanos vitimizados pelo ímpeto da criminalidade impune se tornaram estatística. Cresceram em valor! Embora suas vidas sem sonhos não sejam ainda levadas em conta, suas mortes em massa espantaram o bom senso! Entre eles, os que seriam o futuro, os que seriam cidadãos, seriam pais e mães, seriam continuadores de histórias, mas não chegaram a ser. Faltaram políticas sociais que lhes garantissem mais vida.
Desabaram ante os olhos do senso comum todos os pareceres técnicos sobre a importância da responsabilidade fiscal, principal mote do Estado. A não importância da vida dos alagoanos fala alto, aqui não encontramos ações sociais, nem discursos defendendo os direitos humanos.
Dizem que aqui existe um Conselho Estadual dos Direitos Humanos. Onde está que não responde? Dizem que aqui existe um Conselho Estadual de Segurança? Em qual astro, em qual estrela se esconde? Paródias à parte, o presente é um tempo a demarcar a passagem da dormência à consciência: corremos riscos! Riscos reais. Podendo invadir qualquer outra casa, como devastou mais de duas mil em 2010, entre elas a minha própria.
Não devemos permitir que nos convençam outra vez que a droga é o que mata em Alagoas. Continuemos essa busca por responsabilidades maiores que a dos traficantes, porque a droga ocupa os espaços nos quais as políticas públicas não entraram. Recusemos a pecha infame que a violência estrutural confere aos nossos mortos, lamentemos o fracasso dessas vidas relegadas a toda sorte de misérias.
Percebamos como em Alagoas a própria estrutura estatal converge para a morte. Um sem fim de impunidades! Álibis institucionais armam os bandidos de elite, mascaram seus rastros. A conivência entre os poderes enfraquece a democracia, privilegia o crime.
A consciência dos últimos minutos tem elevado o nível dos comentários nos blogs. Estamos mais sensíveis, mais respeitosos, mais críticos. Bom sinal! Nosso povo começa a despertar o senso de pertença a esta realidade alagoana de agonias e cruzes. Contudo, necessário se faz assumir esta batalha pela vida, principal bem carecendo agora, como nunca, ser defendido.

Veja Mais

Deixe um comentário