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Ana Cláudia Laurindo*
A ocorrência de um fenômeno social como o ocorrido em Matriz de Camaragibe, diante dos olhos espantados da nossa sociedade acostumada com escândalos “chiques” protagonizados por deputados e prefeitos, parece o fim do mundo! Quando na verdade foi apenas uma face do extremo ao qual a exclusão social pode conduzir os indivíduos.
São séculos de descaso com a vida e a sobrevivência do pobre, levando trabalhadores dignos a venderem seus sonhos de forma barata para um aliciador que atravessa seu caminho, prometendo aquilo que nossos representantes políticos e a estrutura produtiva arcaica de Alagoas não conseguem priorizar.
Logo, o aparato da legalidade se pronuncia, exibindo sentenças antes mesmo do julgamento! Acusados de formação de quadrilha, não vejo senão vítimas de um sistema que cruza suas instituições para desarmar o pobre e apagar os crimes dos ricos, principalmente, os eleitorais!
Por trás das impressões digitais meticulosamente procuradas pelos peritos da Polícia Federal há um sem fim de casos de mortalidade infantil envolvendo aquela gente! Há nos gritos desarticulados, na afronta aos poderes e até as armas de fogo, a ânsia de quem quis e não foi correspondido, nosso povo quer apenas TRABALHO!
Quem tem destruído, de fato, as instituições daquele município e áreas circunvizinhas são os inescrupulosos políticos que se apropriaram dos destinos daquela gente, sugando a legitimidade do voto para abandoná-los ao acaso com todas as expressões de descaso.
Sociedade alagoana olha com respeito para o desespero dos deserdados! Olha a qualidade de Assembléia Legislativa que temos! Reflete nas sentenças que nossas instituições expedem para amenizar a corrupção e garantir o poder em mãos indignas! Nossos trabalhadores gritam por socorro, quem lhes ouvirá os apelos?
* Cientista Social e Mestra em Educação