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Luis Vilar

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O e-mail da testemunha-chave

O advogado Fernando Falcão entregou – na manhã de hoje, ao Alagoas 24 Horas – uma cópia do e-mail em que Dalva Carolina nega ter acusado o ex-secretário de Defesa Social e delegado, Robervaldo Davino, de ter sido o autor intelectual da morte do pistoleiro Cícero Belém. Especula-se na imprensa que a prisão ocorreu por conta do depoimento de Dalva Carolina, que é testemunha-chave, por ter sido a única sobrevivente da chacina, que vitimou Belém.

Eu mantive contato com Fernando Falcão, após um trabalho de equipe de toda a produção do Alagoas 24 Horas. O contato foi breve e o advogado confirmou que o depoimento da testemunha-chave é contundente, mas que só cita Robervaldo Davino quando este é personagem de uma reunião ocorrida entre ele, Cícero Belém e o deputado federal Francisco Tenório. O assunto: Belém teria revelado um plano para matar Siloé Moura, ex-prefeito de São Sebastião (como exposto em matéria veiculada no site). Uso do espaço do blog para expor ao leitor o conteúdo do e-mail da íntegra.

O e-mail é direcionado ao advogado Fernando Falcão:

“Senhor Fernando Falcão, venho por e-mail autorizá-lo a me representar aí no Brasil, dando conta que mora fora do país, deixando em suas mãos no que se trata do “suposto” envolvimento do senhor Robervaldo Davino do caso Cícero Belém e que em nenhum momento o citei como autor do crime e que se algo em meu depoimento foi mal interpretado, foi simplesmente pelo momento de desespero e idéias confusas, deixando claro que não me ausentei do país por nenhuma declaração acusativa ao senhor citado acima.

Minha ausência dá-se pelo fato de ter constituído família aqui e que não tenho pretensão alguma de retornar ao Brasil. Também gostaria de evidenciar de que em nenhum momento estive a par dos negócios e trabalhos do Cícero Belém, por própria precaução dele. Sempre evitou e NUNCA me deixou saber nada. Nunca conheci amigos dele, duas ou três vezes o vi conversar com Cícero Pitu e nada mais.

Ao que se trata do dia do assassinato fui bem clara ao falar que em momento nenhum vi os autores do crime, foi tudo muito rápido e volto a reafirmar o que achei que eram pedras no vidro. Não passou pela minha cabeça que seriam tiros, só me dei conta depois.

Deixou então este e-mail como argumento a ser utilizado por meu advogado o senhor Fernando Falcão, tendo em vista que estarei providenciando nos próximos dias uma procuração para que o mesmo seja meu representante legal aí no Brasil”

Independente de Davino ser inocente ou não, há algo de muito podre “NO REINO DA DINAMARCA!”. Suponhamos que haja algum envolvimento por parte do ex-secretário. Ainda assim, a ingerência vem “de muito mais de cima”. Cadê a prisão e o nome das autoridades? É óbvio que a morte de Belém, de Cícero Pitu, entre outros se deu por queima de arquivo e esbarrou em entraves na hora de ser apurado. Quem colocou o pé na porta entravando as investigações? Pergunta que a Justiça precisa responder…

Quem teve o poder de mandar travar? Esta pergunta então, nem se fala…

É preciso uma faxina federal nas históricas veias entupidas da Defesa Social. Parece que ali, há sempre uma sombra e motivos de sobra para se duvidar da competência e da legitimidade de alguns. Não faltam delegados citados em crimes. Muitos – apesar de inimigos – são obrigados a se locupletarem…Todo mundo sabe tudo, mas ninguém sabe nada…

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