Bispo Filho
Bispo Filho é Administrador de Empresas e Estudante de Jornalismo.
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Os efeitos da pandemia do novo coronavírus não ficam restritos às pessoas infectadas.
O temor em relação à Covid-19, a doença causada pelo vírus, afetou todas as áreas da sociedade.
Na educação, 1,5 bilhão de estudantes chegaram a ficar com aulas suspensas ou reconfiguradas ao redor do mundo. O contingente representa 87% de todos os estudantes do planeta – segundo atualização realizada em 25 de março pela Unesco, órgão da ONU para educação e cultura.
A suspensão temporária das atividades presenciais, por ordem governamental ou não, é uma tentativa de reduzir o risco de contágio e disseminação do coronavírus entre os alunos e o restante da população.
MEC autoriza EAD
Para o ensino superior, a recomendação de entidades como Abmes e Semesp não é para cancelar todas as atividades, mas que professores e alunos trabalhem juntos e de forma remota pela internet, por meio de ambientes virtuais de aprendizagem (AVA ou LMS, na sigla em inglês).
Seguindo essa linha, o MEC publicou em 18 de março, quarta-feira, a portaria de nº 343 que autoriza a utilização de meios e tecnologias digitais para a substituição temporária das aulas presenciais pelo prazo inicial de 30 dias em instituições de ensino superior (IES).
A medida poderá ser prorrogada conforme orientação do Ministério da Saúde.
A definição das disciplinas que poderão ser substituídas, bem como as ferramentas que permitam aos alunos o acompanhamento online dos conteúdos ofertados, inclusive avaliações, é de responsabilidade das IES.
A medida não era válida para cursos de Medicina.
Na quinta-feira, 19 de março, porém, a portaria 345 autorizou a substituição também para “disciplinas teóricas-cognitivas do primeiro ao quarto ano do curso” de Medicina.
A suspensão das aulas presenciais começou no início de março em escolas públicas e privadas da rede estadual e municipal de diversos estados.
As IES aderiram ao movimento posteriormente, não só suspendendo aulas presenciais, como também provas, atividades extracurriculares, formaturas e palestras.
Nos Estados Unidos, a substituição das aulas presenciais pela EAD ocorre em praticamente todas as instituições, como as universidades da Califórnia, Stanford, Columbia, Berkeley e Harvard.
De fato, a crise do coronavírus oferece uma chance de experimentar novas maneiras de fazer as coisas — e questionar velhos hábitos.
Será que as instituições de ensino estão preparadas para apoiar centenas de professores e tutores que se deslocam rapidamente do modelo presencial para o online?
E de engajarem os alunos em um novo mindset de aprendizagem?
Na China, primeiro país a registrar o surto de coronavírus, as escolas estão fechadas e tentam seguir a recomendação do Ministério da Educação da China, que pediu para “parar as aulas, não a aprendizagem“.
Por isso, ainda em fevereiro, o governo chinês anunciou a criação de uma plataforma virtual que oferece conteúdos e recursos educacionais em áreas como prevenção do coronavírus, disciplinas curriculares, filmes e jogos.
Mas poucos países têm um suporte como o da China para enfrentar a crise.
Na verdade, a imensa maioria das escolas e universidades tem de fazer as próprias escolhas referentes ao Covid-19.
A adoção de aulas a distância tem sido a opção de muitas delas.
No Brasil, experiência com EAD dará vantagem
Com a diretriz do MEC para que as aulas sejam mantidas de forma online, a experiência brasileira permite que a IES atenda (sem desespero) o aumento de demanda de aulas remotas, uma vez que docentes e discentes já estão habituados a usar o LMS e suas funcionalidades.
É o caso da Residência Educação por exemplo, que proporciona a professores e alunos uma experiência colaborativa e interativa online, podendo ser acessada por computador, tablet ou smartphone.
A experiência com EAD pode ser determinante para o sucesso da estratégia online diante do avanço do coronavírus.
Existe tecnologia e metodologias de ensino de ponta para reproduzir uma sala de aula presencial num ambiente virtual de aprendizagem.
É um design instrucional totalmente diferente, e quem tem experiência com certeza sai na frente.
A adversidade pode gerar uma oportunidade.
Uma das lições que o novo coronavírus deixa é que as instituições de ensino precisam superar a morosidade, a tradição e o medo para trás, e fazer, finalmente, um movimento forte e rápido de adoção de tecnologias educacionais.