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Luis Vilar

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O indiciamento

O que deve dá mais medo ao prefeito Cícero Almeida (PP) em seu indiciamento é a possibilidade da perda de densidade eleitoral. A oposição já recomeçou a analisar o quadro político. Alianças antes tidas como certa por só visarem mesmo composição de forças para eleger vereadores, começam a ser repensadas. Isto porque o indiciamento de Almeida pode ser explorado por alguns grupos políticos.

Velhos nomes – previamente descartados como cabeças de chapas – voltam a ser citados nas rodas políticas. É citado, por exemplo, nomes palacianos bem próximos do governador de Alagoas, Teotonio Vilela Filho (PSDB). Almeida deixou claro que teme que o indiciamento sirva de base para desestabilizar o quadro político para 2010. Por que 2010? Ora, o prefeito de Maceió se acredita imbatível em 2008.

Almeida tem dois trunfos: o tempo é curto até as eleições e o indiciamento dele pode se apoiar – ainda durante um bom tempo – com base no discurso da “boa fé” ou do “excesso de boa vontade”, já comentados por Cícero Almeida, na imprensa. Isto favorece o prefeito, que pode inclusive não perder densidade eleitoral até o próximo mês de outubro.

Porém, o indiciamento pode abrir espaço para o famoso “dossiê Almeida” que a oposição carrega debaixo da axila. Em outras palavras, pode-se aproveitar os crimes aos quais Almeida responde para dar credibilidade a outras velhas denúncias que sempre se limitaram aos jornais semanários de menor circulação no Estado. Como já foi citado, pode ser a chave da “caixa de pandora”.

Almeida não deve ter perdas de apoio e se engana quem pensa que ele enfraqueceu, apenas perdeu – como sempre acontece nestes casos – alguns pontos percentuais. O problema é que parte da oposição já comenta: “onde passa boi, passa boiada”. E denúncias envolvendo o prefeito não faltarão daqui para frente.

Algumas envolvem a própria administração e apontam falhas de gerenciamento evidentes, o que necessariamente não significa corrupção, mas sim falta de um zelo maior com algumas áreas como Educação, Assistência Social, Saúde, e Transporte e Trânsito. Esta última, vive de uma relação crônica e suspeita entre Executivo, Legislativo e setor privado. Haja vista como são aprovados aumentos de passagens e como os gestores municipais (não só Almeida, mas todos os outros) fogem de licitação como o diabo foge da cruz.

Assim sendo, o indiciamento de Almeida muda algumas coisas sim, nas perspectivas para as eleições deste ano. Resta saber qual é o tamanho do impacto. Mas, a principal dificuldade dos opositores continua: encontrar um nome que una credibilidade, experiência política e eficiência comprovada. Os que foram postos na discussão possuem uma rejeição popular incontestável.

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