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Luis Vilar

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O medo de perder espaço e a guerra dos suplentes

Só uma coisa pode justificar a posição do parlamento alagoano em não dar posse aos suplentes enquanto os deputados estaduais eleitos estiverem afastados: o medo de perder espaço, principalmente quando os eternos aliados vivem fugindo para não serem fotografados ao lado dos “taturanas”. Este medo de perder espaço significa continuar tendo influência nas decisões e coações exercidas pelo Poder Legislativo.

Assim sendo, é possível concluir que os deputados afastados podem continuar atrapalhando a colheita de provas, mesmo estando distantes de suas cadeiras no parlamento. Ou seja, os suplentes assumirem se faz necessário até por um papel de vigilância que cabe aos que entram – teoricamente – sem que pesem suspeitas.

O papel de um parlamento completo é diferente de uma Assembléia manca. Até porque – novamente teoricamente e bem teoricamente mesmo! – diminui a chamada representatividade. É então que fico com o questionamento feito por um leitor do Alagoas 24 Horas: se não é necessário que os suplentes assumam, não seria o caso de reduzir – nas próximas eleições – o número de deputados para 18 parlamentares.

Na visão do atual procurador e do presidente interino Alberto Sextafeira (PSB), é o número essencial. Sendo assim reduz se gasto, e quem sabe até o “dinheiro que escorre pelo ralo” seja reduzido também. Esta seria a única contribuição efetiva de Sextafeira à frente do Legislativo. Vamos cobrar a diminuição do número de deputados com base na própria decisão do atual parlamento. Se com 18 funciona, para que 27?

Aliás, se for colocar na prática, o real papel da Assembléia Legislativa de Alagoas está sendo jogado às moscas diante dos últimos acontecimentos. Quem ousa debater a crise institucional que paira sobre o Legislativo o faz de forma tímida, como quem – no popular – tivesse também “o rabo preso”. Esperavam-se posicionamentos mais contundentes e incisivos de alguns parlamentares. Já que estes possuem imunidade parlamentar, era para de fato – os oposicionistas tido como limpos – colocarem o dedo na ferida e deixar o pus escorrer.

A sociedade precisa ver o que sobra no fim da sangria. Alberto Sextafeira cumpre um papel questionável e indigno da trajetória de um deputado que assumiu um partido de esquerda como norte ideológico. Sextafeira – lembrando o escritor Robert Louis Stevenson, virou o índio do ilhado “Robinson Crusoe de Albuquerque”. Ao ouvir, ver e presenciar as medidas adotadas pelo parlamento, sobre a presidência de um dos maiores nomes do PSB, sente-se sempre a presença de Antônio Albuquerque (Democratas) soprando em seu ouvido: “Por aqui, venha por aqui”! E é aí então, que Sextafeira – fiel escudeiro – deixou a Mesa Diretora manca, não quer convocar os suplentes, esperou pacientemente o despacho de Antônio Sapucaia em mãos para reagir, e talvez seja o dono da única assinatura no manifesto de apoio ao presidente afastado. E é assim que Alberto Sextafeira escolhe sempre os caminhos mais tortuosos.

Enquanto isto, os suplentes tentam assumir na boa e cavam um diálogo com o presidente interino, para que a conversa chegue ao presidente afastado. Desta forma, os dois tentem chegar a um consenso que evite mais um imbróglio jurídico que se aproxima. E como se aproxima! O “grupo dos seis” – liderados por Morais e Flaubert Filho – vai à Justiça se for preciso. O advogado dos suplentes será José Costa. Lembram dele?

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