O petróleo é nosso?

Euforia geral entre os governistas, depois que a Petrobras anunciou a existência de novos campos de petróleo, que ampliam em mais de 50% as reservas totais no Brasil. O país passaria a ser um dos grandes exportadores do óleo, ganhando o direito de pleitear imediatamente uma vaga no seleto grupo formado pela Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo).
Os mais novos não acompanharam os primeiros movimentos de explosão de falsa nacionalidade da época de “O petróleo é nosso”, quando somente de mentirinha nos tornamos auto-suficientes, o tempo apenas de uma nova subida no preço do barril de petróleo dos verdadeiros donos das reservas.
Mas, já tiveram uma amostra do poder de ilusão que permitiu os mais recentes embustes econômicos, tipo álcool e gás natural veicular, para citar alternativas de combustíveis, e de planos tipo Cruzado, Cruzado 2, Collor, Bresser, etc, etc.
Desta vez, o primeiro a lançar suspeita sobre a questão foi o presidente venezuelano Hugo Chávez, companheiro de Lula, que chamou o presidente brasileiro de "magnata petroleiro" e disse que os dois países deveriam se unir na criação de uma empresa de petróleo para vender o produto a preços subsidiados para os países da região.
Foi ontem, no Chile, durante Cúpula Ibero-Americana, e o disfarce do tom irônico de Chaves desapareceu em seguida, quando afirmou que o Brasil agora poderia ingressar na Opep com esta grande quantidade que conseguiu; e completou, jogando no ar a dúvida: "Se é que isso é certo. Oxalá".
O meu receio não é o mesmo do venezuelano, de que eles estejam blefando, mas de que outra vez confundam (como já é de praxe) o que significa a palavra nosso.