Luis Vilar
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– Sonhar não custa
– Por isto, soa tão caro quando a vida lhe cobra o preço
– Bem se ver que és um pessimista, retrucou
– Não diria isto. Sou um homem de fé, meu caro
– Então por que este sizo?
– Porque minha catedral não tem sinos e os santos são de barro, assim mantenho minha fé imaculada e intacta
– Creio que não faz sentido crer então!
– E o que faz sentido…
– Acho que sonhar, pague-se o preço que se pagar por isto
– É pode ser…
– Já amastes muito de doer na alma? Indagou do nada, aquele que sentou ao lado do desconhecido em uma “praça preto-e-branco” no meio da tarde sem fim.
– Já sim e este foi o preço do meu sonho
– Se arrepende?
– Não de ter amado, mas de ter sido covarde…
– Como assim covarde?
– Ora, escolhi morrer diversas vezes do que uma única. Nunca soube de fato o que poderia ter sido.
– Onde se encontra teu amor, então?
– Dentro de mim, apenas dentro de mim, nunca deixei sair. Eis o pior preço que se paga por um sonho. Nunca deixá-lo voar.
Levantou-se do banco da praça, ainda cabisbaixo por conta da última frase pronunciada, voltou-se para o jovem que estava ao seu lado e desabafou
– Os sonhos só deixam de ter um preço, quando de fato entendemos qual o seu valor!