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Luis Vilar

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Onde reside o poder dos sem poder?

A Justiça fez a sua parte para que a Assembléia Legislativa do Estado de Alagoas possa promover uma eleição da Mesa Diretora sem conchavos e sem influência direta dos deputados estaduais afastados, que foram indiciados pela Polícia Federal, por terem desviado mais de R$ 280 milhões dos cofres públicos. Entre eles, o presidente afastado Antônio Albuquerque (sem partido).

Agora resta ao grupo que quer de fato autonomia e isenção no parlamento não abrir para “consenso” que venha a confirmar a permanência dos afastados na Mesa Diretora. Seria absurdo e inaceitável que a Justiça tenha mantido o afastamento para tentar dar tranqüilidade para o parlamento e o próprio parlamento admita – por meio de uma eleição manipulada e de conchavos – publicamente que esta “tranqüilidade” é impossível por conta de pressões externas.

Se isto acontecer, não resta alternativa a não ser a intervenção. A idéia de uma Junta Governativa – proposta pelo presidente interino Alberto Sextafeira (PSB) – é no mínimo questionável, pois o que o parlamento precisa é de novos rumos.

As bandeiras levantadas por Sextafeira, em seu manifesto de um homem só, nada mais são do que os pontos levantados por Rui Palmeira (PR), Judson Cabral (PT) e Paulo Fernando dos Santos, o Paulão (PT), quando Sextafeira ainda era presidente interino e fez ouvido de mercador, justamente por conta das mesmas pressões externas que manipularão – no dia de hoje – as eleições da Mesa Diretora. São as “forças ocultas” facilmente nomináveis, mas que todo mundo evita dizer o nome.

O que os oposicionistas esperam para dar o “bote” (no bom sentido)? Contam com o apoio de no mínimo 10 parlamentares, sem contar com os suplentes. É hora de fincar o pé, doa a quem doer. Sextafeira fala em Junta Governativa, ao passo que também fala em redução do duodécimo, extinção da GAP, entre outros pontos. Vale lembrar, que quando presidente interino, o deputado do PSB mostrou – por meio de mecanismos didáticos – que há pouco, segundo ele, o que reduzir na Assembléia Legislativa. E agora Sextafeira, quanto dá para se reduzir do duodécimo?

E a GAP? Quais deputados recebem e quanto recebem? Seria interessante que o próximo presidente da Casa Tavares Bastos tivesse pulso, por exemplo, para divulgar as folhas 108 de três meses antes do processo eleitoral de 2006. Elas revelarão muita coisa. São muitos nomes. Que se detalhe também a verba gasta com a imprensa. É importante esta transparências. São pontos que não ficam bem claros no manifesto. Não dá simplesmente para pensar daqui para frente. O próximo presidente tem a obrigação de ir às vísceras do parlamento.

Caso não seja uma Mesa isenta não conseguirá. No máximo, será um fiscalizador da oposição, sentado numa Mesa Diretora mista, berrando, gritando e dando murro em ponta de faca. Não dá para aceitar certos tipos de acordos nesta altura do campeonato, apesar de tudo caminhar para a eleição de cinco vagas, três destas, ou pelo menos duas, ficando com os opositores. Neste caso, Judson Cabral e Rui Palmeira.

Fora tudo isto, uma pergunta no ar: onde reside o poder dos que estão sem poder? Quem do atual parlamento ainda anda com o rabo preso na porta? Sapucaia fez, o STF manteve e o STJ também. Só a Assembléia Legislativa não afastou os afastados! Há duas Casas Tavares Bastos. Ambas em sede provisória. Uma na Associação Comercial. A outra é nômade e passeia por hotéis, escritórios, telefones e até em instituições sociais abstratas de nosso tempo como as ameaças e o medo…

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