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Articulado com o senador Renan Calheiros (PMDB), Fernando Collor (PTB) esteve neste final de semana em Alagoas. Não apareceu- como se esperava que aparecesse- à festa de confraternização reservada do empresário João Lyra (PTB). Mas, quer acelerar o cenário eleitoral de 2010. Primeiro, quer isolar o ex-governador Ronaldo Lessa (PDT), isso através dos aliados. Tipo “ou ele ou eu”. O jogo da política tem seus inimigos, nos momentos precisos- e Lessa ocupa essa posição. Lessa não quer se lançar ao Governo do Estado, mas ao Senado. E Collor sabe que essa é uma eleição difícil ao aliado do momento, Renan Calheiros. No cenário atual, percebe-se que não é o governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) quem não tem uma candidatura definida ao Senado. Mas, Renan não possui um lastro eleitoral em um candidato a governador. Há diferenças nisso.
SEM RENAN
Seguidores de Calheiros tentaram uma reaproximação com Vilela, mas, no Executivo, há focos- poderosos no tucanato- de resistência: Sérgio Moreira, Álvaro Machado e Luiz Otávio Gomes, personagens discordantes entre si, mas semelhantes na opinião ao líder do PMDB: não o querem novamente no governo. Internamente, é um “Xô Renan”. E Collor percebe que o xadrez exige jogadas mais sofisticadas.
MURALHA
Isso porque o cenário nacional vai sendo desenhado, criando uma muralha separando os diferentes PSDB e PT. Os aliados do governador de São Paulo, José Serra (PSDB), vão cobrar, em Alagoas, fidelidade absoluta à base nacional, e isso inclui partidos semelhantes na terra à constelação costurada em Brasília; e o presidente Lula vai querer que os aliados da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rouseff, sigam a cartilha da base do Governo Federal. Com as pressões, é natural que a situação mais confortável de todas seja a da vereadora Heloísa Helena (PSOL), apenas ainda indefinida com a senadora acreana Marina Silva e sem fazer campanha ao Governo alagoano. E com folga nas pesquisas. Mais delicada é a posição do delegado da Polícia Federal, José Pinto de Luna. O PT vai seguindo com Renan, apoiando-o na votação do próximo ano. O partido não deverá suportar a turma do Planalto.
DIVISÕES
E no chapão, segue-se a incógnita: Lessa não tem infraestrutura para tocar o projeto Renan-Collor em 2010; Renan costura acordos com os prefeitos e vereadores, arriscadamente sem uma candidatura ao Governo; Teotonio Vilela possui pontos nitidamente frágeis em sua administração: saúde, educação e segurança são alguns deles, afora as obras federais, com quase nenhuma digital dos tucanos. A densidade eleitoral do PSDB depende do PT. E como depende.
Collor é como o viajante do deserto, sentindo que a areia lhe escapa das mãos, sem controle. É o cenário eleitoral caminhando indefinido, esvaindo-se em dúvidas.
EM SILÊNCIO
E o prefeito Cícero Almeida (PP), como há de se imaginar, não falará mais de 2010. Ordens do chapão. Ou dos restos dele, em espasmos contra a morte.