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Luis Vilar

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Outros partidos já procuram Ricardo Barbosa

Surgem nos bastidores políticos informações de que outros partidos de esquerda – inclusive alguns nem tão de esquerda assim! – já andam na procura do vereador Ricardo Barbosa – recentemente afastado do PSOL. Barbosa ainda passará por um julgamento da Comissão de Ética que pode absolvê-lo, ou expulsá-lo. Como no ambiente interno do PSOL, o clima já é de despedida, o telefone do edil já começou a tocar.

De acordo com o que apurou este blogueiro, são telefonemas de alguns integrantes do PT, do PCdoB, do PCB, e por aí vai! Ninguém confirma! Em entrevista ao Blog do Vilar, Ricardo Barbosa confirmou o recebimento de telefonemas, mas sem revelar as siglas. “É natural diante do clima que se encontra, quando colocam que eu praticamente já estou fora do partido, que algumas pessoas me liguem”, frisa.

Ricardo Barbosa – entretanto – afirma que não tem pretensão alguma de deixar a sigla. A luta é até o fim, afirma o edil. Na condição de afastado, caso absolvido pela Comissão de Ética, ele retornará aos quadros. O grupo que acredita na expulsão – porém – já fechou acordo: mesmo que fora da legenda, Barbosa permanece com o mandato. Eis o atrativo para as siglas que flertam com Barbosa.

De acordo com Barbosa, “não há qualquer tipo de conversa oficial diretamente com o PSOL, ou com outros partidos”. “Fui contatado por vários, mas nada oficial”. Em relação ao afastamento ele afirma: “eu estou decepcionado. Lamento muito a decisão. Nunca fiz nada que inviabilizasse minha permanência dentro do PSOL. Meu afastamento sequer tem motivos. Ele se dá por razões políticas de um grupo”.

“Eu apresentei questionamentos em relação à postura do PSOL de Alagoas nas eleições de 2010 em um documento subscrito por várias pessoas. Este documento vazou na imprensa e há um grupo que não quer que ele seja discutido”, este é o motivo. Barbosa afirma que o partido – na Terra dos Marechais – não deu apoio devido ao candidato – na época – Plínio Arruda e ainda apoiou alguns caciques pelo interior do Estado.

Este foi seu pecado, na visão do próprio Barbosa. Porém, do outro lado a história é a já conhecida: verbas indenizatórias recebidas, voto em Galba Novaes (PRB) para presidência da Câmara Municipal e a ausência de reuniões no diretório municipal. “Não há posição definida do PSOL sobre as verbas. A Heloísa Helena (PSOL) não pega! Em relação ao voto em Galba, a própria Heloísa votaria se estivesse na sessão”.

“Nem os mafiosos que seriam investigados por uma CEI do Lixo estão sendo julgados tão rápidos como eu estou sendo no PSOL”, coloca ainda. Barbosa evita citar nomes dos inimigos internos, ele apenas isenta Heloísa Helena do processo: “Ela merece ser respeitada e nada tem a ver com essa crise. É um grupo que age e até tenta preservá-la”.

O único atacado diretamente é o presidente municipal do PSOL, Alexandre Fleming. Em entrevista a este blog, Fleming disse que os demais membros do PSOL que pediram afastamento agiam por “ordem do chefe”. “Se há chefes no PSOL, só não sou eu! O que ele quer fazer é provocação. Uma discussão pequena. Tratar o assunto de forma baixa”, rebateu.

Alexandre Fleming assumiu o diretório municipal do PSOL após o afastamento de Ricardo Barbosa. De acordo com Fleming, Barbosa foi afastado por decisão da maioria dos membros do diretório, que entenderam que era preciso preservar o partido no momento de crise, além de preservar o próprio Ricardo Barbosa para que ele se defendesse na Comissão de Ética. Fleming rebateu a tese dos que são ligados ao vereador Ricardo Barbosa de que ele teria sido vítima de um processo inquisitório.

Barbosa pela primeira vez assumiu a tese dos que o acompanham e diz: “é preciso lutar para preservar espaços democráticos dentro do PSOL”. A crise do PSOL tem dois lados bem visíveis, com os argumentos expostos. O problema é que hoje são os argumentos que estão expostos, mas muito em breve podem ser as vísceras de quem de fato mente nestas histórias cheias de contradições e bate-rebate.

O que faz da maior vítima da questão o próprio PSOL; que surgia como uma esperança para uma esquerda desacreditada em função dos últimos acontecimentos do país. Aqui em Alagoas – pelo menos – os teóricos adorados e que possuem suas fotos pregadas nas paredes do partido devem estar de olhos fechados, enojados, contrariados e avaliando a mesquinhez do debate! Já pensou?!

É nessas horas que a frase da vereadora Heloísa Helena surge como uma das mais sóbrias do processo. Por meio de um velho jargão, ela detona: “Quem for podre, que se quebre”. E de preferência, sem quebrar o partido, para que inocentes – que de fato acreditam no papel importante do PSOL – não paguem o pato!

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