Usuário Legado
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A cena foi vista nos povoados na cidade de Traipu- que teve a primeira dama (mulher do prefeito Marcos Santos, do PTB) presa na Operação Mascotch, da Policia Federal:
Na sexta-feira, um caminhão distribuiu frutas, verduras, galinha. Os alunos estranharam: eram acostumados com bolacha e água.
Em casa, sem comida, alguns deles chegam a comer cuscuz, três vezes por dia.
Ligados a integrantes da Prefeitura, os conselheiros municipais de educação souberam da novidade.
Mas, a merenda também era entregue em algumas residências. Os conselheiros sabem, mas também não sabem, de nada.
Na semana passada, o último dos que tinham ordem de prisão, na cidade, Francisco Albuquerque, o Chico Zaida, ex-secretário de Administração, entregou-se à sede da Polícia Federal. Ele havia sido preso pela Operação Carranca, da PF, e passou 11 meses na carceragem da PF.
Os policiais querem saber se há ligação dele com a compra de merendas, em Traipu.
E o quê chama a atenção na cidade, às margens do rio São Francisco, com um dos piores IDHs do Brasil?
Os técnicos da Controladoria Geral da União (CGU) tentaram acesso a algumas escolas, para lastrear as acusações da troca do valor da merenda por produtos pessoais.
Não receberam autorização dos diretores porque as dispensas das escolas- quase sempre- estavam vazias.
Além disso, é notável que uma cidade com 70% das pessoas analfabetas, com 60 escolas municipais e oito mil estudantes (todos dependentes da merenda), além de quatro mil famílias atendidas pelo Bolsa Família tenha uma incrível quantidade de carros de luxo e outros bens, em meio ao caos social:
– Na garagem da Prefeitura, três L200, 2 Hilux, 1 Pajero Full, 01 Meriva;
– Na Secretaria de Administração, um C4 Pallas Atenas;
– Três fazendas às margens do rio São Francisco (a suspeita da PF é que elas foram compradas com dinheiro da Prefeitura);
– Em algumas destas fazendas, 10 tratores- sendo dois de esteira e um deles custou R$ 400 mil;
– A ração para as vacas de uma destas fazendas é melhor que as rações de cachorro- encomendadas pelas primeiras damas: raspa de mandioca. Um caminhão por mês abastece a fazenda: R$ 6 mil é o valor da conta;
– Uma chácara chamada, nos corredores da PF, de "coisa de cinema" às margens do Velho Chico;
– Oito empresas fantasmas para fabricar notas fiscais frias (varridas pela Controladoria Geral da União);
– Parte da Guarda Municipal funciona como uma milícia;
– Policiais civis lotados em alguns órgãos públicos- agindo como "seguranças", apesar de serem pagos com dinheiro público.
E os professores? Perseguidos e desistimulados, fazem passeatas pela cidade. Automaticamente são transferidos para povoados distantes, na cidade, uma conhecida retaliação nas cidades.
Um destes protestos é mostrado pelo blog: Traipu recebe R$ 3 milhões do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Eles querem acompanhar os rastros do dinheiro.
Segue vídeo dos protestos dos professores que mostram um dos tantos problemas de Traipu: