Luis Vilar
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Alguns políticos avaliam o “caos” da Assembléia Legislativa do Estado de Alagoas da seguinte forma: Judson Cabral (PT) e Rui Palmeira (PR) – conscientes e ilesos diante do processo de Taturânia Cyti – estão sendo muito radicais no embate por uma nova Mesa Diretora. Prega-se o “consenso” e o “bom senso” e por esta razão seria conveniente, no momento, uma eleição apenas para os cargos vagos, deixando resguardada a cadeira de Antônio Albuquerque (sem partido), caso ele – ainda que remota seja a possibilidade – retorne.
Em outras palavras, por mais uma vez na política: pelo bem da governabilidade: “o povo que se lasque”. Só uma alternativa pode ser pensada além de uma nova Mesa Diretora por completo: a intervenção. Fora isto, seja qual for a “gambiarra jurídica”, pesará sobre o parlamento o clima da interferência externa daqueles foram afastados, justamente para não atrapalharem as investigações que estão sendo desenvolvidas pelo Ministério Público.
A investigação tem como cerne irregularidades amplamente já fuçadas e expostas pela Polícia Federal. Não há como negar o “balaio de irregularidades” que é o Poder Legislativo. Cícero Amélio (PMN) já tentou por a culpa nos servidores. Antônio Albuquerque já havia reconhecido – enquanto presidente – em parte e tomado algumas medidas, ainda que inócuas e para jogar para a torcida. O fato é que o parlamento precisa se recuperar e – por mais que pareça impossível – tentar conquistar (não cabe o termo “reconquistar” neste momento) a confiança da sociedade.
Só uma nova Mesa Diretora isenta é capaz disto, afirmam Rui Palmeira e Judson Cabral. É a mais pura verdade! Este é o consenso. Este é o bom senso. Não se trata de radicalismo. Querem utilizar das palavras, para de forma demagoga impor uma realidade que não existe. É hora de dar um basta no fascismo prepotente dos que acham que podem conduzir as massas em salas fechadas tomando uísque e acendendo alguns charutos.
O que o povo quer no Poder Legislativo são representantes. Então, a quem eles representam? Uma coisa é certa: O “albuquerquismo” não mais representa – e talvez nunca tenha representado – os interesses da sociedade. Hora do novo. Vale lembrar que ainda há indiciados pela Polícia Federal na Casa Tavares Bastos que não foram retirados de suas funções parlamentares. Não se pode também aceitá-los na Mesa, já que o indiciamento é forte suspeita de que integravam a mesma quadrilha.
Se é para se ter isenção, que se tenha por completo. Que os suplentes assumam antes da eleição e votem sem pressão. Se bem que alguns suplentes representam tudo, menos o anseio popular! Mas que votem, pois é fundamental. Que não se aceite acordo. Que não haja acordo algum. É inconcebível – que depois do caminho que as coisas tomaram – o grupo que quer uma renovação completa na direção da Casa Tavares Bastos recue. Caso isto acontece sempre ficará uma pergunta difícil de responder: “Por que votaram atrás? Por que um acordo?”
Na atual circunstância, qualquer acordo no parlamento alagoano cheira mal e foge ao bom senso. Quem for podre que se quebre. Que sobre apenas um ou dois deputados. Que seja necessária a intervenção. Aliás, que seja necessário ir até o fundo da verdade escondida do Legislativo. Que os poucos deputados que ainda ganham simpatia popular sejam voz firme. Caso contrário, só nos resta intervenção, o que deixaria cicatrizes; o que não é bom para ninguém, pois não se pode também aderir ao discurso de “quanto pior, melhor”.
É necessário que a Assembléia Legislativa respire ar puro e esteja ciente da possibilidade destes senhores não retornarem a suas cadeiras.